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Williams Tanimura

São Paulo / São Paulo - Brasil
54 anos, Repórter Fotográfico

Mãe, meu berço de amor...


Nasci em 1970,não digo que foi em berço de ouro, mas não tenho do que me queixar de minha infância, muito melhor do que meus pais puderam ter.
Cresci ouvindo estórias dos meus pais, de que: "No meu tempo.....não tinhamos isso, nem aquilo, nem ......", então aprendi à valorizar tudo o que me era dado, principalmente pela minha mãe, haja visto que a separação dos meus pais ocorreu muito cedo em minha vida.
A cada passo dado, eu fazia de tudo para mostrar à minha mãe, que o investimento que ela fazia em mim não seria em vão, sempre me orgulhei de ser um dos melhores da classe, pois sabia, que mesmo sendo um pequeno homem, eu era o único da família, haja visto que só tinha mais uma irmã.
O primário e ginásio foi moleza, veio então o meu maior desafio, que era o colegial técnico no LICEU DE ARTES E OFÏCIOS, uma escola que não admitia erros, "convidando" semestralmente os alunos que não passasse à se retirar. Os oito semestres foram concluídos com êxito, e minha formatura no Juventus tinha uma única heroína: Minha mãe.
Infelizmnete, muitos da minha geração puderam sentir o efeito Collor de Melo em suas vidas, e, assim como muitos nikkeys, minha mãe, no ano de 1990, sozinha, partia para o Japão, novamente procurando caminhos para nos dar um conforto maior, passo que eu segui um ano após. Já estavamos em 1991, eu recém casado com planos de uma vida melhor do outro lado do mundo.
Foram 5 anos de muita luta, anos decisivos em minha formação cultural pois este Japão, meio que nos molda às tradições vividas por nossos avós, nos ensina certos valores que, infelizmente em nossa sociedade ocidental passa despercebido no dia-a-dia.
Minha mãe ficou no Japão, mas em 1996, retornei ao Brasil com a intenção de finalmente ser pai e tentar um grande sonho, de ser fotógrafo profissional, ou melhor: Fotojornalista.
Em 1997, apostando como fotógrafo fui bater à porta de um jornal então, desconhecido para mim, o São Paulo Shimbun, tive a grande oportunidade de aprender tudo o que sei, profissionalmente. Tive um espaço, uma chance que graças à Deus e graças à Sra Helena Mizumoto, eu aproveitei e, durante 4 anos, além de ser o meu ganha pão, foi também a minha maior escola.
Tive a chance de conhecer pessoas maravilhosas da comunidade nipo brasileira, pessoas que de uma forma ou de outra me ensinavam o caminho a ser seguido.
Agradeço, humildemente, neste espaço, à Família Mizumoto, em especial à D. Helena, a quem considero uma verdadeira mãe, por tudo, mesmo após a minha saída de sua empresa, que me ajudou e pela consideração. Serei eternamente grato ao São Paulo Shimbun.
Após a saída do São Paulo Shimbun, passei por outros veículos de comunicação sem muita importância no cenário nipo-brasileiro, que nem vale à pena comentar neste espaço, abri minha própria empresa de fotografia, prestando serviços para empresas e eventos sociais.
Atualmente vivo novamente no Japão, como consultor de Turismo, trabalho em minha própria empresa, fundada por meu pai na década de 90, a Dani-Tur Turismo, e engraçado como a vida nos prega surpresas, minha mãe, a qual dedico este espaço, vive muito bem com seu atual esposo, japonês, só que no Brasil, no sossego de seu lar no Guarujá, litoral paulista. Sempre fui tão ligado à minha mãe, mas separado pela distância entre Brasil-Japão.
Hoje, conto estórias para minha filha, de 7 anos, Rafaela, que:"No meu tempo.....não tinhamos isso, nem aquilo, nem ......", esperando que, assim como eu, ela também saiba valorizar o que eu tento lhe dar e ensinar. À isto, eu dou o nome de: Amor.


Enviada em: 08/12/2007 | Última modificação: 08/12/2007
 

 

Comentários

  1. marcus iizuka @ 13 Dez, 2007 : 11:15
    Ola Williams parabéns pelo seu belo depoimento.Como diz o famoso arquitetro de 100 anos. O que realmente importa mesmo é a vida. Tudo de bom. Abraços.

  2. Marcelo Melo @ 18 Jan, 2008 : 20:20
    A distância não é algo simples, não é, meu caro? Bela história! Agradeço pela lembrança da minha presença na sua galeria de fotos! Bons tempos aqueles de imprensa nikkei... Grande abraço e até!

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