Conte sua história › Chiaki Ishii › Minha história
Na minha família todo o mundo gostava de judô. Atrás da minha casa tinha uma academia, e meu pai e meu avô eram professores. Ensinaram todos os filhos. Por isso, eu treino desde pequeno. Quando eu ganhava, meu pai dava prêmio, comida boa. Mas eu era o caçula de cinco irmãos e, na briga, sempre apanhava. Era tudo faixa preta de judô (Confira as memórias da infância e da juventude de Chiaki Ishii no depoimento em vídeo).
Em 1964, iam acontecer as Olimpíadas de Tóquio. Era a primeira vez que o judô era modalidade olímpica. E eu resolvi participar. Mas na minha categoria tinha um gênio do judô, Okano, muito bom, forte. Competi com ele duas vezes, mas não pude ganhar. Não consegui ir para as Olimpíadas. Aí desisti do judô e resolvi vir para o Brasil.
Eu queria ser fazendeiro, caubói. Gostava muito de bangue-bangue. E o Brasil era uma terra grande, boa para criar gado, abrir mato. Além disso, só o Brasil permitia entrar imigrante japonês.
Foram 60 dias de viagem. Cruzei o Pacífico, passei por Panamá, Venezuela. Viagem longa, né? No navio tinha uns 300 japoneses. Lá eu aprendi português e ensinei judô. Chegando ao Brasil, fui para o interior de São Paulo. Um amigo meu tinha me apresentado na Escola Agrícola de Presidente Prudente. O diretor era japonês. Aí escrevi uma carta e combinei de ir estudar lá, aprender a trabalhar na lavoura.
Depoimento ao jornalista Xavier Bartaburu
Fotos: Everton Ballardin e arquivo pessoal de Chiaki Ishii
Vídeos e áudios: Estilingue Filmes
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil