Conte sua história › Marina Hiroko Hasegawa › Minha história
Quando meu avô, o Sr. Yoshiro Hasegawa, foi para a guerra em 1904, em que o Japão conquistou a Manchúria, a Sra. Katsu, minha avó, estava grávida. Em 05 de setembro de 1905, nasceu Gen Hasegawa, meu pai. Meu avô só retornou da guerra depois de cinco anos.
No dia 26 de setembro de 1921, Gen Hasegawa, com apenas 16 anos, saiu do Japão em companhia dos tios da família Ashikawa. Ele passou por Hong Kong no dia 09 de outubro, depois Singapura no dia 17, e chegou ao Brasil no dia 24 de dezembro do mesmo ano.
No Brasil, radicou-se na região de Álvares Machado (SP), antiga “Vai-e-Vem”. Trabalhava no cultivo de café em um sítio arrendado. Como a região era pouco povoada, para fazer as compras, era necessário ir à cidade de Indiana (SP). Saía no sábado a cavalo e retornava no domingo com os mantimentos pendurados no picuá (sacola de pano).
Com o progresso da plantação, ele chamou os pais, que ainda estavam no Japão. Os negócios prosperaram bastante e, com isso, despertou o seu tino comercial.
Quando entrou no mundo dos negócios, o governo não financiava a safra. Gen, então, começou a financiar o plantio dos pequenos agricultores da região. Toda a produção era vendida para Anderson Clayton, Sanbra e Indústrias Matarazzo.
Socialmente, ele era bastante ativo, tanto na parte cultural quanto na esportiva, participando e promovendo competições de basquete e beisebol entre as cidades da região e da capital.
No dia 06 de novembro de 1934, casou-se com a Sra. Takeko Kimura, minha mãe, que saiu do Japão no dia 28 de outubro de 1934, em companhia da família, e chegou ao Brasil em no dia 31 de dezembro de 1924, estabelecendo-se no Estado do Paraná. Após o casamento, eles se mudaram para a cidade de Anhumas, em São Paulo.
A primeira crise financeira que tiveram foi na década de 1940, pois houve uma seca muito grande e os agricultores financiados não tinham como pagar. Diante do fato, Gen Hasegawa faliu e foi se abrigar na Fazenda São Paulo, em Anhumas, tornando-se comerciante, abrindo um pequeno negócio de secos e molhados.
Para o seu entretenimento, reunia os amigos para jogar “maggion” (jogo chinês feito de madrepérolas).
Um dia, apareceu no empório uma pessoa que precisava de dinheiro e, como pagamento, deu uma porca prenha. Então, houve uma multiplicação imensa de suínos, chegando a um total de 200 porcos.
Texto escrito por Shiguei Hasegawa, com colaboração de Mariana Hasegawa.
Natal de 1973
Natal de 1973
Natal de 1973
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil