Conte sua história › Célia Scaciota › Minha história
Eu sou a única brasileira não-descendente de japoneses do meu grupo de Lian Gong, uma ginástica terapêutica chinesa. Minha professora era japonesa, mas só eu na turma toda – de 16 mulheres - não tenho nada de japonês.
Agora faz um ano que a minha professora morreu, mas nós decidimos continuar com o grupo. Acho que isso faz parte do encanto dos orientais. Eles são determinados, responsáveis.
Quando a professora adoeceu, ela deixou uma responsável para cuidar das coisas, pagar o aluguel da sala, coordenar os trabalhos. E essa pessoa continuou com as tarefas. Mas não que ela tenha se tornado uma nova professora. Hoje, a gente pratica o que sabe e, aquilo que a gente não sabe, uma ensina a outra - até porque nós temos um grupo mais ou menos antigo.
Às vezes, a gente vai na Liberdade. Elas me ensinam os costumes, elas falam “ah isso a gente prepara assim, come assado”. Outro dia elas estavam com um álbum de fotografias que, inclusive, é diferente. É de trás para frente e tinha fotos compridas, das cerejeiras. Que coisa mais bonita! Tinha alguns escritos nas folhas de papel de seda, em letras que não sei ler.
Elas também admiram a alegria dos brasileiros. A disposição. Elas se encantam com o fato de eu ter outras atividades. Para elas, eu sou uma novidade também.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil