Conte sua história › Miriam Hirata Karassawa › Minha história
Hoje, depois de um ano após a morte de meu pai, estou retornando a escrever .
A maior parte de nós já nos defrontou com a morte de um parente ou amigo querido. Essa perda parece irreparável e temos a impressão de que o mundo vai desabar. Ficamos desnorteados e demoramos a reorganizar a vida.
O tempo foge ao relógio. Sei que pelo calendário que um ano se passou desde a perda, mas as lembranças são tão vivas que “parece que foi ontem”.
Choramos a perda... Procuramos uma nova maneira para não mergulhar nas profundezas da dor.
Inicialmente sentimos muita saudade dele, choramos; pois o chorar e procurar fizeram com que o mais provável que ele se foi, seja recuperado.
Mas à medida que o tempo foi passando tornaram menos freqüentes, só quando provocados por alguns estímulos que traziam a perda à mente. Encontrar uma fotografia... Filmes... Momentos era uma dor ansiosa; essas situações que traziam um desejo persistente e obstrutivo... Procurar por ele nos lugares... dava a sensação que naquele lugar ele estaria.
O contato também por meio de sonhos era particularmente viva e realista. Mas ao mesmo tempo tinha a sensação de que ele não existia mais, de que ele não estava mais por aqui. .. Embora a sensação de um sonho real, havia sempre um triste despertar.
Penso que a resposta deu a chave ao entendimento de toda essa fase que vivenciei do luto e me permiti encontrar um a imagem e um lugar em minha vida de um pai que tudo era motivo de comemorações, encontros familiares conjuntas, momentos especiais e de aspectos valorizados do relacionamento que guardei e quero perpetuar.
Ah!! E como não podia ser diferente, mesmo não estando presente; continua apoiando e colaborando com os filhos e netos.
Com o decorrer do tempo a intensidade da saudade e a dor e o prazer da lembrança são sentidos como uma mistura agridoce de emoções será nostalgia?
As opiniões emitidas nesta página são de responsabilidade do participante e não refletem necessariamente a opinião da Editora Abril
Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil