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A chamada cultura pop japonesa é um termo genérico para definir um conjunto de mídias voltadas ao entretenimento. Engloba assuntos como o mangá (histórias em quadrinhos), o animê (desenhos animados), o J-Pop (pop-rock), os games e muitos outros. Dentro desse universo, meu assunto favorito é o tokusatsu. Tokusatsu (leia "tokussatsu") vem de "tokushuu kouka satsuei" ou "filmagem com efeitos especiais". É a palavra que designa, no Japão, os efeitos especiais (em inglês, "special effects" ou "SFX"). Em cultura pop japonesa, fala-se de tokusatsu para se referir a seriados como Jaspion, Ultraman e National Kid ou filmes de longa-metragem com monstros como Godzilla.
A chamada cultura pop japonesa é um termo genérico para definir um conjunto de mídias voltadas ao entretenimento. Engloba assuntos como o mangá (histórias em quadrinhos), o animê (desenhos animados), o J-Pop (pop-rock), os games e muitos outros. Dentro desse universo, meu assunto favorito é o tokusatsu. Tokusatsu (leia "tokussatsu") vem de "tokushuu kouka satsuei" ou "filmagem com efeitos especiais". É a palavra que designa, no Japão, os efeitos especiais (em inglês, "special effects" ou "SFX"). Em cultura pop japonesa, fala-se de tokusatsu para se referir a seriados como Jaspion, Ultraman e National Kid ou filmes de longa-metragem com monstros como Godzilla.
Cresci na década de 1970 vendo esse tipo de seriado. Depois, no final dos anos 80, uma nova geração começou a chegar, como Jaspion, Changeman e Flashman. No início, estranhei o novo estilo de aventura, mas logo acabei gostando. O ritmo das histórias era mais ágil, os personagens eram mais caricatos e havia uma ingenuidade ainda maior. Tudo era mais colorido e espalhafatoso. Achei tudo muito divertido e acompanhei também Lion Man, Jiban, Cybercop e tantos outros. Logo, eu viria a trabalhar com esses personagens.
Fazendo roteiros de histórias em quadrinhos, vi meus primeiros trabalhos publicados como profissional nas revistas Jaspion e Heróis da TV (da Ed. Abril) e também Goggle V, Sharivan e Machine Man (Ed. EBAL). E escrevi dezenas (ou seriam centenas) de artigos, matérias e notícias sobre esse tipo de produção para inúmeros veículos, como as revistas Herói, SET, Heróis do Futuro, Mangá Mania, Henshin e sites como Omelete, NihonSite, Bigorna e Nippo-Jovem. Em 1991, ajudei a organizar o "Jubileu de Prata - Ultraman", um evento que foi até noticiado no jornal Folha da Tarde. Depois, escrevi um álbum de figurinhas do Jiraiya (que, creio, só foi distribuído em São Paulo), prestei consultoria remunerada à Glasslite para ajudar na estratégia de lançamento das séries Kamen Rider Black RX e Solbrain, escrevi rótulos das capas das fitas de vídeo do KR Black RX, redigi histórias curtas para o "Disk Winspector", um serviço de histórias contadas pelo telefone narradas pelos dubladores da série, e muitas outras atividades profissionais.
Participei de eventos, fiz palestras, prestei consultoria, trabalhei diretamente com tokusatsu em diversas ocasiões. Até tive a honra de conhecer e entrevistar o ator Hiroshi Watari (Spielvan e Sharivan) e os cantores de temas de seriados Hironobu Kageyama e Akira Kushida. E no meu livro Almanaque da Cultura Pop Japonesa, não por acaso o tema principal é tokusatsu, ocupando 95 páginas de um total de 224. Também tenho alguns vídeos, DVDs, trilhas sonoras e até alguns bonecos de personagens, mas é longe de ser uma coleção propriamente dita.
Mas como tenho muitos outros interesses (dentro e fora da cultura japonesa), não me posiciono como fã ou colecionador específico, mas como um apreciador. E acredito ter sido um dos pioneiros no tratamento sério dado a esse assunto na imprensa. Nos últimos anos, meu interesse em tokusatsu decaiu, mas ainda procuro me manter atualizado sobre Godzilla e Ultraman, temas recorrentes no site Omelete, o maior portal de cultura jovem do Brasil. Trabalhando na área, já não é possível ter um distanciamento de fã, mas ainda assim, tal como eu fazia há mais de 30 anos, ainda consigo curtir e me empolgar com uma boa e divertida aventura repleta de pancadaria de mentirinha e efeitos especiais idem.
Por envolver filmagens em cenários variados e mostrar partes do Japão e seu povo, esses filmes, à sua maneira, me ajudaram a conhecer um pouco aquele país distante.
(texto extraído do meu blog Sushi POP: www.nagado.blogspot.com )
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil