Conte sua história › Rodrigo Nunes Yoshihara › Minha história
A parte ruim de ser bisneto de japoneses é que quando chega a minha geração, as coisas estão tão bagunçadas que quase nada lembra meus antepassados imigrantes.
E sendo mestiço, dos costumes que meu pai tinha se misturaram com os da minha mãe (tutti buona gente) e para mim e minha irmã, não sobraram quase nada!
Para piorar a situação, eu, que já sou uma salada ambulante com molho shoyu, azeite português e vinagre de vinho tinto da Sicília, resolvi me casar com uma nordestina.
E depois dessa confusão toda, o que restou dos costumes que meus bisavós trouxeram do Kasatu Maru, em 1913?
- Quartinho de bagunças, todo japonês tem um em casa.
- Molho Shoyu na salada, claro!
- Moti em todo início do ano (graças à minha avó)
- Zabutom na cadeira (engraçado que foi minha mãe, "mezzo italiana, mezzo porthoghesa") quem fez.
- "Itadakimasu" antes de comer.
- "Mottanai", nem pensar!
- Ter que soletrar às pessoas o sobrenome. Afinal, eles nunca escrevem direito...
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil