É em Yokohama, na província de Kanagawa, que está o Museu da Migração Japonesa ao Exterior. Inaugurado em outubro de 2002, o local, criado e mantido pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), recebe a visita de japoneses e estrangeiros (cerca de 30 mil pessoas por ano) interessados em conhecer a história da saída em massa de japoneses, que buscaram melhores condições de vida em outros cantos do planeta.
Além do acervo de cerca de 25 mil livros, estão expostos no museu cerca de 1, 5 mil peças (há outros 12 mil itens no depósito), entre documentos e objetos pessoais de quem foi para países como o Brasil, o Peru, Havaí e outros estados norte-americanos, entre outros lugares.
Recentemente, o lugar recebeu a visita de alunos brasileiros do Instituto Educacional Centro Nippo Brasileiro, de Oizumi (Gunma). Os 55 estudantes enfrentaram três horas e meia de viagem especialmente para aprender sobre os japoneses que migraram ao Brasil e a outros países.
Eu e a blogueira Karina Almeida, do
Meu Japão, acompanhamos toda a movimentação. A jornalista fez uma matéria e entrevistou professores e alunos.
Segundo contou à Karina a professora de geografia e história Renata Saka, 29 anos, a idéia era atiçar a curiosidade dos alunos antes de ministrar uma aula sobre a história da imigração japonesa ao Brasil. A idéia parece que deu certo. César Fuji, 13 anos, ficou eufórico ao descobrir em meio às peças uma mala cujo destino final foi sua cidade natal: Paranaguá (PR). Ele queria era descobrir se o objeto que ele encontrou lá tem alguma ligação com a família dele. “Nunca falei sobre imigração em casa, mas eu quero perguntar para a minha mãe se aquela mala é da nossa família”.

Algumas coisas que foram notícias na comunidade nesta semana:
Novo consulado?
Se depender do governo de Shizuoka, o terceiro consulado-geral do Brasil vai existir no Japão e será instalado em Hamamatsu. O governador da província, Yoshinobu Ishikawa, oficializou dia 25 o apoio à campanha pela instalação do órgão na cidade. Prefeitos de cinco cidades (Hamamatsu, Fuji, Iwata, Fukuroi e Kosai ) engrossaram o coro. O documento foi entregue ao advogado Etsuo Ishikawa, presidente da Associação Brasileira de Hamamatsu, que deverá entregar a petição ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Minha pergunta: que interesse podem ter os políticos locais com a instalação de um consulado por lá? Ajudar os brasileiros (que foi a justificativa) não cola. O governador disse ainda que era para promover o intercâmbio cultural. Para quem não sabe, a região é atendida pelo Consulado-Geral do Brasil em Nagóia, que fica a meia hora de trem-bala. Há outras províncias pleiteando o terceiro consulado no Japão: Osaka (50 minutos de trem-bala) e Hiroshima (2h20 de trem-bala). O número de beneficiados seria quase o mesmo se o órgão fosse instalado em qualquer um desses lugares.
Incêndio
Uma tragédia aconteceu em Kosai, na província de Shizuoka. Um senhor japonês e uma criança morreram carbonizados num incêndio que destruiu dez residências e que começou na casa de um brasileiro no dia 26. Renan Kauê de Jesus Hondo, 21, dormia com o filho de 4 anos, quando o fogo começou. O menino morreu e o pai está internado com queimaduras graves. Ainda não se sabe a causa do incêndio.