Em busca de histórias

Começo de ano é sempre bom para fazermos planos. Tenho vários e espero colocá-los em prática até o primeiro semestre de  2008.

Minha primeira tarefa é encontrar histórias interessantes de brasileiros -- se bem que acho que todos têm uma história interessante para contar -- e reportar algumas aqui no blog. Para isso, vou aproveitar uma viagem à Minokamo (província de Gifu) para ouvir as pessoas. Quero aproveitar para visitar as províncias de Aichi e também Mie. Se der, Shizuoka.

Cheguei sábado por aqui e conversa é o que não faltou. Brasileiro adora falar, mesmo que você não tenha interesse. Fui a uma reunião de alunos que fazem curso de massagem. Segundo o professor, um simpático e culto senhor, a maioria dos que procuram os conhecimentos dele quer aproveitar o tempo que ficam no Japão para obter, além de um pé de meia, uma profissão.

Acho a idéia louvável. Afinal, não é difícil encontrar por ai gente que não tem plano nenhum. Porém, conheci (e também ouvi histórias) alguns dekasseguis que investem em cursos aqui e, quando voltam ao Brasil não aplicam o que aprenderam. Dinheiro jogado fora. Essas pessoas, além da profissionalização, precisam é verificar as condições do mercado na cidade onde pretendem fincar moradia. Precisam entender também que não basta ter um certificado. É preciso batalhar por um espaço. Ora, vejam quantos bons profissionais estão desempregados no Brasil. Não é um curso profissionalizante que vai garantir um futuro na terra natal.

Por isso, sempre que posso, digo que aprender o idioma japonês é um bom diferencial. Já que estamos aqui, por que não investir nesse aprendizado? Olha quanta oportunidade a gente pode ter no Brasil, principalmente agora que os dois países querem estimular mais as relações (em todos os planos) por causa do Centenário.

Bem, vou continuar aqui ouvindo histórias dos brasileiros. Volto depois com mais novidades.

 

Legenda: No trem-bala (shinkansen), a vista do Monte Fuji, símbolo do Japão. Tirei a foto com meu telefone celular...

Postado por Ewerthon Tobace | 6 comentários

Perfil

Ewerthon Tobace, jornalista, 31 anos. Um dia, meu avô resolveu enfrentar o desconhecido. Chegou ao Brasil de mala e cuia, sem falar a língua. Agora, faço o caminho inverso e, a cada dia, descubro os fascínios da ‘terra do sol nascente’. Moro no Japão desde 2001 e trabalho na mídia étnica com foco na comunidade brasileira.
 

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