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20 Nov, 2007

Discriminação? Sim, aqui existe, e de montão

Ewerthon Tobace

O assunto: discriminação. Todo mundo diz que já sofreu algum tipo de violência do tipo aqui no Japão

 

Eu costumo dizer que a grande maioria das queixas ligadas a discriminação aqui no Japão é, na verdade, fruto do choque cultural. Há muita gente que não se adapta aos costumes do país e, dizer que foi discriminado acabou virando desculpa fácil e corriqueira.

 

Mas vejam bem, eu disse que boa parte das queixas tem fundamento um tanto “furado”. Não disse que não existe. Aliás, eu mesmo fui vítima de discriminação e tenho plena certeza de que não foi má vontade minha.

Conto o caso: fui pagar uma conta no banco, como sempre fazia. Porém, estava em Hamamatsu, na província de Shizuoka, famosa pela grande concentração de brasileiros e também pela forma agressiva como os moradores locais ignoram ou repelem o estrangeiro. Pedi ajuda ao funcionário para utilizar o caixa eletrônico. Diante do meu japonês ainda em fase de evolução, ele virou e disse com todas as letras: “se você não sabe ler kanji (ideogramas), para quê quer fazer um depósito?”. Virou as costas e foi ajudar uma senhora de idade, que imagino eu, estava tendo problemas parecidos com o meu.

Pior: sou cliente deste banco desde que cheguei ao Japão, quando ainda tinha outro nome. Fiquei, é claro, possesso da vida. Mas a história não acabou ai. Fiz uma reclamação formal à agência central, tudo por escrito. O banco foi notificado e recebi desculpas formais. Disseram ainda que todos os funcionários daquela agência passarariam por um treinamento para melhorar o atendimento aos estrangeiros. Não sei se foi cumprido. Não fiquei em Hamamatsu para descobrir.

No entanto, nem sempre isso acontece. Há casos piores e, muitos brasileiros não sabem onde e nem a quem recorrer. É muito comum as redações de jornais e revistas que circulam na comunidade receberem ligações de “vítimas de preconceito”.

Domingo passado fui a um encontro em Tóquio, o No Border (Sem Fronteira). Esta foi a segunda edição do evento e, mais uma vez, discutiu-se algumas questões ligadas aos estrangeiros que vivem no Japão. Uma apresentação, porém, chamou minha atenção. Foi a do pesquisador e ativista Debito Arudou, que apesar de ter nascido na terra do Tio Sam é naturalizado japonês.

 

 Ele lançou um livro (Japanese Only, ou numa tradução literal Somente para Japoneses) e participa de um movimento para acabar com a discriminação racial no Japão. Ele também foi vítima da teimosia japonesa em não querer se misturar com os que “são de fora”. Foi barrado diversas vezes nas portas de onsen (estâncias de águas termais) por ser estrangeiro. Passou a colecionar fotos de placas do tipo: “only japanese”. Veja o site dele aqui.

Achei interessante um dado que ele apresentou. Todo ano ocorrem no Japão cerca de 40 mil casamentos entre japonês e estrangeiro. Entre 2000 e 2004 houve um aumento de 30% nesse tipo de matrimônio. Dessas uniões, nascem por ano cerca de 21 mil crianças mestiças. Elas são japonesas, mas que não são vistas pela sociedade local como nativas. Em Hokkaido, província mais ao norte do Japão, muitas casas de banho têm até pedido o passaporte para o hafu ou daburu (respectivamente, do inglês, half e double), como são chamados os mestiços. Outras simplesmente não deixam entrar por causa da aperência de “estrangeiro”.

Pelo que percebo, uma grande maioria dos japoneses adora estrangeiros, mas na terra deles, não morando aqui no arquipélago. Aquela idéia nazista de raça pura ainda circula em muitas cabeças aqui, o que acaba provocando não o choque cultural, mas a verdadeira discriminação.

 

Legendas:

1. O pesquisador e ativista Debito Arudou

2. Foto do site do Debito (David). Ele coleciona fotos de placas e cartazes "discriminatórios". Reparem no "português claro e correto".

3. Capa do livro do norte-americano naturalizado japonês

Postado por Ewerthon Tobace | 90 comentários

Comentários

  1. Esther @ 20 Nov, 2007 : 16:57
    Acho realmente lamentável essa conduta dos japoneses, mas graças a Deus não são todos...´ Penso até que nós, os brasileiros, ficamos mais sentidos com esse tipo de coisa, pois acho que os japoneses ainda não nos enxergam como sendo da mesma raça, só que nascidos em outro país. Espero que um dia essa situação mude para melhor.

  2. imin 100 @ 20 Nov, 2007 : 21:00
    Os iseis no BR foram tratados com escravos,ficaram endividados os niseis no BR foram tratados como inimigos do BR,confiscaram tudo deles na segunda guerra mundial. Os sanseis mestiços são dekaseguis no JP por que o BR é um país de terceiro mundo.

  3. amarelo japa @ 20 Nov, 2007 : 21:02
    Quer saber mais sobre os 100 anos da imigração japonesa no BR?Visite o museu da imigração japonesa em SP que está falido.

  4. olhos puxados @ 20 Nov, 2007 : 21:03
    tanakara que a raça amarela etnia japonesa ainda sofre racismo no BR. Nao tem orientais na midia e nem modelos e manequins orientais no BR.

  5. cabelos pretos @ 20 Nov, 2007 : 21:05
    só as loiras mesmo sendo oxigenadas tem chance no BR,no orkut tem grupos racistas que odeiam japoneses e japas. padrao de beleza no BR ainda é de loiras dos olhos azuis.

  6. japones garantido @ 20 Nov, 2007 : 21:06
    indios(vermelhos) e negros tambem sofrem racismo no BR,não só os amarelos.

  7. dekasegui @ 20 Nov, 2007 : 21:07
    direitos iguais,tem descendentes de japoneses casados com descendentes de europeus,morando trabalhando na europa?portugal ou italia?

  8. igualdade racial @ 20 Nov, 2007 : 21:08
    Tem democracia racial entre brancos,negros e indios no BR? Miscigenação no BR só ocorreu entre os pobres. Os europeus são uma raça homonegenea

  9. nipo brasileiro @ 20 Nov, 2007 : 21:09
    se nao fosse o JP os nikeis estariam em pior situação no BR

  10. japa honesto pobre @ 20 Nov, 2007 : 21:10
    nunca vi japa honesto pobre casado com branca rica no BR

  11. budista @ 20 Nov, 2007 : 21:10
    os budistas sofrem discriminação no BR

  12. voces vao ajudar imin 100? @ 20 Nov, 2007 : 21:15
    depende dos portugueses e italianos no BR o sucesso do imin 100 se os portugueses e italinos nao ajudarem o imin 100 ,o imin 100 vai ser 1 fracasso. resto é só bala bla bla,lero lero,politico brasileiro.

  13. BR é assim mesmo @ 20 Nov, 2007 : 21:16
    ha´500 anos o BR é assim

  14. nikei @ 20 Nov, 2007 : 21:17
    Os brasileiros vao ajudar os nikeis no BR e no JP e o imin 100 também?até agora nada.

  15. cristã @ 20 Nov, 2007 : 21:18
    os brasileiros leem a biblia e seguem o que esta na biblia?

  16. niponico @ 20 Nov, 2007 : 21:18
    pimenta nos olhos dos nikeis é refresco

  17. ameaça amarela japs @ 20 Nov, 2007 : 21:42
    os americanos odeiam os japoneses até hoje. hiroshima e nagasaki nunca mais.

  18. Paulo @ 20 Nov, 2007 : 23:07
    Ewerthon, desse jeito vou precisar fazer um post à seu respeito lá no blog! Primeiro, o problema da educação. Depois, um post sobre a discriminação sofrida pelos estrangeiros aqui. Caramba! Dois posts seguidos, com assuntos importantíssimos, mas infelizmente minimizados pela mídia local! Alguém precisa falar! Ótimo post, ótimo! Parabéns!

  19. JAQUE @ 21 Nov, 2007 : 03:09
    ADOREI O POST CONTINUE LEVANTADO ESSES ASSUNTOS IMPRTANTE PARA A NOSSA COMUNIDADE ,PARABENS

  20. RMax @ 21 Nov, 2007 : 11:50
    Eu cheguei a uma triste conclusão amigo Ewerthon: o problema está nas massas! Realmente, há racismo e outros tipos de discriminação em todos os países do mundo. Aqui no Japão, estrangeiros nem sempre são bem vistos. A maioria dos japoneses nunca teve contato com um estrangeiro. A situação no Brasil já foi citada aí por muita gente. Na Europa, é o mesmo. No fundo, o que a gente vê é uma classe de pessoas, altamente influenciada pela mídia, passando por uma educação de cunho nacionalista e homogeneizadora, mostrando que é possível ser cada vez mais pobre de idéias. Isso vai mudar? Não creio. Não há desejo sincero de reconhecimento do outro no meio dessa massa. O triste é que muita gente boa acredita no mesmo tipo de ideologia: nós e eles. Infelizmente.

  21. RMax @ 21 Nov, 2007 : 11:56
    Antes que alguém me chame de arrogante: o nós e eles que eu falo é "quem está dentro" e "quem está fora" das fronteiras nacionais. E antes que pense que eu tenho preconceito, massas não é a população de menor poder aquisitivo mas, sim, a população em geral, incluindo pessoas mais ricas, que se educam pela mídia de massas apenas. Não se trata de pobreza ou riqueza financeira, por favor.

  22. Maria Yokoya @ 21 Nov, 2007 : 13:47
    "Eu não me sinto discriminada e nem sofro preconceito", foi o que falei em japonês no meio de uma palestra para cerca de 100 japoneses no último sábado. O tema da palestra foi "eu também sou residente (estrangeira) desta cidade". No final os organizadores comentaram com surpresa esta minha fala. Logo que cheguei no Japão e ouvia comentários discriminatórios, tentava entender os motivos da pessoa: falta de informações. Com o passar do tempo fui entendendo a cultura japonesa e aperfeiçoando o aprendizado do idioma. Atualmente, sou solicitada para ministrar palestras em japonês com a visão de uma estrangeira. Aproveito a oportunidade para explicar e fazer entender a compreensão dos estrangeiros residentes. Recebo muitas consultas sobre "fui discriminado", tento ouvir, compartilhar a dor junto com a pessoa e orientar com os dados que a pessoa me forneceu. Sinto a necessidade de encaminhar para algum órgão. Ainda não achei na província onde moro. Além de ser um assunto delicado, há a barreira do idioma. Tento trabalhar os dois lados, com paciência e amor. Acreditando em dias melhores.

  23. Karina Almeida @ 21 Nov, 2007 : 14:12
    otimo post! esse tema merece muita discussao. adorei tambem o comentario da maria yokoya. penso mais ou menos como ela. existe discriminacao sim, mas nos podemos melhorar esse quadro. acho muito bonito e importante o trabalho dela e o do debito tambem. temos que mostrar o nosso valor, entender e respeitar a cultura japonesa e fazer com que eles entendam e respeitem a nossa tambem. ah, se eu falasse japones (como gente grande)...

  24. Afi @ 21 Nov, 2007 : 15:21
    *tou sem teclado portugues, por isso as minhas desculpas* Discriminacao racial eh algo que tem que ser combatido, em qualquer tempo e em qualquer lugar. Qualquer ser consciente nao sabe nem tem que saber que eh negro, branco, amarelo ou outra cor qualquer. Ele eh a Monica, o Juari, o Florival a Elisa ou o Kazuichi. Eles pensam assim> Este aqui, em frente ao espelho, sou eu e sinto/me feliz ou infeliz, ou tenho fome e frio, ou tambem quero ver, ou sinto/me bem, ou n\ao. O que acontece eh que as pessoas que discriminam as outras sao pessoas que nunca sofreram antes esse tipo de rejeicao. Porque sen\ao saberiam que a sua atitude eh errada e provoca muita revolta e tristeza. Por outro lado o racismo eh tambem veiculo e disfarce de outros sentimentos inferiores e reprovaveis como a inveja. A historia da humanidade eh feita de migracoes e cruzamentos mas a memoria eh curta. *bom artigo / nao tem que ser sempre tudo acucarado para ninguem reclamar*

  25. Mário @ 21 Nov, 2007 : 16:36
    É isso mesmo Afif, concordo plenamente contigo, devemos aproveitar oportunidades como esta para expressarmos as nossas avaliações dos acontecimentos que nos cerca, inclusive manifestando com indignação, sempre que for necessário. Abraços Amazônicos PVH-RO 21/11/07

  26. Esther @ 21 Nov, 2007 : 17:21
    Eu aqui de novo..acho que não tem brasileiro, mesmo que domine o idioma japones e se sinta totalmente integrado na sociedade japonesa, que não se sinta discriminado diante de uma placa como essa da foto acima . Vamos lá gente, ta certo que eles tem os motivos deles e tal, mas perai, isso é discriminação sim, sem dúvida nenhuma! E com o epísódio do banco idem. Não estou aqui para " meter a boca" nos japoneses, mas para afirmar minha idéia de que há ainda muito preconceito.

  27. japones do BR @ 21 Nov, 2007 : 18:44
    por que dizem pros japas abrirem os olhos?

  28. japa @ 21 Nov, 2007 : 18:46
    por q nao tem modelos e manequins orientais no BR? por q nao tem orientais nos tele jornais e nem nas novelas da tv globo?

  29. karen @ 21 Nov, 2007 : 18:50
    o BR vai deixar de ser de terceiro mundo e parar de ser exportador de pobres.

  30. loira @ 21 Nov, 2007 : 18:51
    A impunidade no BR vai acabar ? ja fui varias vezes assaltada

  31. negro @ 21 Nov, 2007 : 18:52
    a situação dos negros e indios vai melhorar?

  32. dekasegui @ 21 Nov, 2007 : 18:53
    os dekaseguis preferem morrerem nos terremotos no JP do q serem assassinados no BR

  33. dekasegui @ 21 Nov, 2007 : 18:54
    dekasegui no JP conseguem comprar casa e carro no BR

  34. imin 100 @ 21 Nov, 2007 : 18:55
    ha 500 anos o BR é assim e a 100 anos os nikeis se ferram no BR

  35. niponico @ 21 Nov, 2007 : 18:56
    imin 100 no BR vai ser 1 fracasso,ninguem quer ajudar.

  36. imin 100 @ 21 Nov, 2007 : 19:16
    imin 100 vai ser 1 fracasso nignuem quer ajudar imin 100.

  37. dekasegui @ 21 Nov, 2007 : 19:17
    aqui fala de tudo menos do imin 100

  38. joãopones @ 22 Nov, 2007 : 01:23
    e o racismo que os negros e amarelos(indios e orientais) sofrem no BR?

  39. Regina @ 22 Nov, 2007 : 12:48
    O preconceito é fruto da ignorância e da intolerância e, infelizmente, existe em todo lugar. Claro que dói muito mais quando sentimos isso na pele. Não que eu nunca tenha me sentido discriminada no Brasil, já me senti sim, principalmente na infância, mas depois vc cresce, vira bom aluno e todo mundo quer fazer parte do seu grupo...Não guardo mágoas, acho que as pessoas não me conheciam, mas respeito a gente conquista. Claro que tb já fui discriminada aqui no Japão e acredito que a maioria dos brasileiros também. Não acredito que o preconceito acabe um dia, mas cabe a todos nós dekasseguis, mostrar o nosso valor, assim como nossos pais e avós mostraram no Brasil. Quem sabe daqui uns 50 ou 100 anos, o movimento "dekassegui" (Brasil-Japão) seja comemorado também e os japoneses nos olhem de outra forma...

  40. Mário @ 22 Nov, 2007 : 15:30
    Realmente Regina, preconceitos são posturas assumidas de forma inexplicavel, imcompressiveis e na sua maioria injustas e que alastram como rastilho de polvora. A diminuição , oxalá exclusão do nosso meio, demandará muita perseverança e paciência dos nossos conterrâneos. Abraços Amazônicos. PVH-RO, 22/11/2007

  41. 留学生 @ 24 Nov, 2007 : 03:23
    "...pois acho que os japoneses ainda não nos enxergam como sendo da mesma raça, só que nascidos em outro país. Espero que um dia essa situação mude para melhor.", por Ester. Comentario bastante pitoresco para quem esta reclamando do preconceito. Reclama do preconceito, mas eh preconceituosa ao mesmo tempo. Reclama que os japoneses nao a enxergam como a mesma raca, mas nao enxerga os demais brasileiros como pertencentes ao mesmo grupo que ela, apesar dela ser brasileira. Para ela, o grupo no qual ela se insere, merece tratamento especial por serem da mesma raca que os japoneses. Lamentavel... Para esta pessoa e para todos os que estao reclamando do preconceito, mas estao usando o termo raca para embasar suas afirmacoes, sugiro que leiam sobre as recentes descobertas do projeto DNA Tree, e voces ficarao pasmos por saberem que nao ha "racas puras" no mundo, logo, embasar argumentos em raca eh falacia, balela. Se voces se lembrarem das aulas de Biologia do colegio, voces saberao que qualquer japones ou nikkei pode ter descendentes ferteis com qualquer outra pessoa do globo, de sexo oposto, claro, provando que voces pertencem a mesma especie. Eu aceitaria minha avo ou a avo de voces usando esse termo e com essas ideias, mas alguem com 40 anos ou menos, usando essa terminologia e tendo essas ideias como base, eh retrogrado. Para o rapaz desinformado que acha que nao ha modelos nikkeis no Brasil, faca uma pesquisa rapida, na internet mesmo, e voce vera que existem bastante modelos nikkeis. De cabeca eu me recordo da Daniele Suzuki, que trabalhava em Malhacao, e da mulher do Amaral, aquele jogador de futebol. Os que reclamam do Brasil, os que dizem que tem de estar sofrendo fora do pais para ganhar a vida, porque o pais eh ruim, terceiro mundo, etc..., lembro-os de que a culpa eh de todos, minha, de voces, dos meus amigos, dos seus amigos e por ai vai. A culpa eh, pricncipalmente, dos grupos isolacionistas e segregadores que existem no Brasil. Nao queiram se por em um grupo a parte, como eu ja ouvi uma garota nikkei dizendo para um japones aqui do meu laboratorio: "O Brasil eh muito ruim. So 10% das pessoas chegam a Universidade. Mas entre os nikkeis, este indice sobe para 80%." Realmente nao sei o que ela quis dizer com isso. Alias, prefiro fingir que nao sei.

  42. 留学生 @ 24 Nov, 2007 : 03:37
    Com relacao ao episodio do banco relatado no post, eu acho que o funcionario do banco estava certo. Acho ainda que os brasileiros de Hamamatsu fazem por merecer a fama que tem. Todos que la moram ou ja moraram sabem disso. Os primeiros dekasegi's que vieram para o Japao, Hamamatsu especificamente, eram pais de familia e estavam preocupados em trabalhar. Perguntem a esses primeiros que vieram se os japoneses ja os tratavam logo com quatro pedras nas maos. Porem, depois vieram alguns grupos mais jovens, mais "descolados". Pessoas que nao arrumavam emprego no Brasil ou ficavam cocando o saco o dia inteiro. O pai, sem saber o que fazer, mandava para o Japao. Aqui, eles saiam pela cidade usando o tao conhecido jeitinho brasileiro, apesar de eles se acharem diferentes do brasileiros. Entravam em supermercados, pegavam chocolates e botavam na jaqueta e por ai vai. Japones ja eh fascista e preconceituoso por natureza, ainda vem algumas pessoas e pisam na bola dessa maneira... o resultado nao podia ser outro em Hamamtsu. Assisti uma palestra certa vez sobre o aumento da criminalidade no Japao. Coincidentemente ou nao, o aumento dos incidentes era proporcional ao aumento de brasileiros nas cidades.

  43. anonimo @ 24 Nov, 2007 : 09:59
    concordo plenamente c/a pessoa ai de cima escrito em japones ,se hoje nos brasileiros somos descriminados infelizmente a culpa e de nos mesmo pois tem brasileiro que poe som alto durante a noite e fica com o som do carro no estacionamento c/garotas dancando funk no maior volume.po gente vamos ter respeito nao estamos em nenhuma favela do brasil nao,aqui aonde eu moro tem brasileiro roubando e entrando nos apartamentos dos propios brasileiros isso ta demais ,pois sou brasileira e descrimino sim esses tipos de brasileiros.

  44. Ewerthon @ 27 Nov, 2007 : 00:14
    Caros leitores, Gostaria de agradecer as manifestacoes deixadas aqui em forma de comentarios. Minha intencao eh fomentar a discussao mesmo. Obrigado a todos.

  45. 留学生 @ 27 Nov, 2007 : 05:15
    Ola, Ewerthon. Satisfacao em saber que voce eh aberto a discussoes. Aproveito a oportunidade para perguntar sua opiniao, e a dos demais, sobre esse situacao desgastante de alguns nikkei's acharem que sao japoneses e que devem ter privilegios no Japao. No ano passado, teve um 日系人大会 e, la, todos os presentes criticaram ferrenhamente um ministro japones que queria por um basta a facilitacao de imigracao para o Japao levando em conta apenas a ascendencia. Este ministro gostaria de facilitar a imigracao de pessoas qualificadas, independentemente da ascendencia, devido ao decremento da taxa de natalidade no Japao. Se for um nikkei qualificado, que venha. Era essa a proposta do ministro. Porem os nikkei's daquele encontro acharam que a ascendencia basta por si so. Saiu uma materia na BBC sobre os problemas enfrentados pelo Japao devido a autorizacao de visto permanente em massa para brasileiros descendentes de japoneses que vieram para ca nos anos 90. Brasileiros cuja unica "qualificacao" era ser descendente e se tornaram um probelma social para o Japao. Uma pequena amostra de como o tal ministro esta certo. Outra coisa que eu nao entendo e que gostaria que algum nikkei, com opiniao imparcial, me explicasse: qual seria a razao da forma ridicula de se referir aos brasileiros nao-nikkei's usando as palavras 外人 ou brasileiros, como se os nikkei's do Brasil tambem nao os fossem. Certa vez, uma garota que veio por um 県人会, aqui para a cidade onde eu moro, ao ver que um amigo alemao falava bem japones, disse: "Nossa! Hoje em dia os estrangeiros falam japones melhor do que a gente!" Os nikkei's se acham realmente japoneses?

  46. Fatima Antunes @ 27 Nov, 2007 : 08:32
    Oi Menino. Acompanhei caladinha essa discução....Em cada comentário me questionava sobre vários aspectos da questão. Ao final, chegeui a uma triste conclusão. O que sempre me incomodava no Brasil está presente aqui tb. Falta de união! Mesmo com opiniões diversas, o que é normal em assuntos polêmicos, aos que entraram nessa pendenga deveriam propor soluções. Muitas retóricas bonitas e bem escritas.... mas, muita balela, ninguem propos solução concreta. Já que vc levantou a lebre, sobrou para voce. Num próximo post sugiro como leitora assidua, que os leitores acalorados proponham soluções para o problema. E conte tambem para gente, se possível, se existe alguma ONG,orgao do governo ou instituição que esteja fazendo algo de concreto que não seja apenas palestras para discutir o assunto. Que alias, não afeta somente aos brasileiros descendentes de japoneses. Mas a todos, inclusive japoneses. Acho que propostas de soluções serão bem vindas! Beijos polêmicos.

  47. 留学生 @ 27 Nov, 2007 : 08:51
    No meu proximo post, vou tentar pensar em uma solucao bem "bacana", igual a solucao proposta pela Sra. ai de cima. :p

  48. 留学生 @ 27 Nov, 2007 : 09:03
    Para propor solucoes eh necessario entender o problema. Eu gostaria de saber a motivacao do preconceito contra os demais brasileiros que os nikkei's possuem. Como eh de costume, quando alguem diz: "mas e o preconceito dos nikkei's para com os demais brasileiros"? O silencio paira... Eu sou judeu e uma garota (nikkei), sem saber que eu sou judeu, comecou a dizer que os judeus eram muito preconceituosos, porque havia uma garota na turma de faculdade dela (tambem nikkei) que namorava um judeu, mas os pais dele se opunham e quando ele proprio voltou de uma temporada em Israel, ele dizia ser impossivel manter relacionamento com uma garota nao-judia. Essa minha conhecida, nem cogitou a hipostese de que ele gostaria de que sua namorada fosse convertida, por isso disse aquilo. Sem cogitar tal hipotese falou cobras e lagartos dos judeus. Ai eu disse: mas... e os nikkei's? e os nikkei's que chamam seus proprios conterraneos de "gaijin"? e os nikkei's que separam o brasil em dois povos: o japoneses (nikkeis) e o brasileiros (nao nikkeis)? Resposta: silencio... Esse eh so um exemplo... tenho infindaveis.

  49. RMax @ 27 Nov, 2007 : 10:33
    留学生, você reproduz os mesmos preconceitos que os nikkeis a quem você critica. Você toma os nikkeis como um grupo homogêneo onde todos têm o mesmo tipo de ponto-de-vista, o 外 (fora) e 内 (dentro). No fundo, você pensa o mesmo. Você se considera fora do universo nikkei e, portanto, passar a considerar que há outros que estão dentro e a criticá-los. Essa visão é acrítica e absurda. Esconde uma série de preconceitos e toma partes pelo todo. Seu raciocínio pobre faz barulho, mas não alcança objetivos. Não leva a lugar nenhum. Eu já passei por situações discriminatórias no Brasil, porque eu sou de cor clara e minha mãe é mulata. No Japão, já fui discriminado por ser não-japonês. Na comunidade nikkei, por não ser nikkei. Nem por isso, eu acredito que generalizar (todos os brasileiros são racistas, todos os japoneses são racistas e todos os nikkeis são discriminadores) é a solução para um problema que começa na educação. Eu insisto em dizer que vivemos numa época onde há o medo do outro. E, portanto, se você olha um nikkei como o outro, vai ter medo dele (como você expressa nas suas palavras agressivas e acusatórias). O preconceito parte da premissa de que a parte é igual o todo. Não por coincidência, a idéia de nação, de nacionalidade, de etnicidade e muitas outras tambêm vieram do mesmo balaio. Como você é ryuugakusei (estudante estrangeiro) e gosta de usar seu japonês num grupo onde, você sabe bem, muita gente não consegue ler, creio que você gostaria de ler nesta língua algo sobre o tema: http://www2.ttcn.ne.jp/~oda.makoto/page005.html

  50. joao @ 27 Nov, 2007 : 13:00
    tem muito comentario desse tipo na midia brasileira aqui do japao ex:jornais brasileiros nao vou citar nome mas o mais famoso quando vai citar algo para favorecer os brasileiros "nikkeis" a materia diz "os nikkeis", quando os nikkeis roubam,bate o carro e mata japoneses, porque na materia nao fala os "nikkeis roubaram ou mataram ,eles divulgam "os brasileiros" roubaram e mataram , quer dizer sao nikkeis so no lado bom mais se tornam brasileiros no lado ruim ,isso nao e descriminacao ?

  51. 留学生 @ 27 Nov, 2007 : 13:19
    RMAX: Parabenizo-o pela analise profunda do meu "eu". Eh divertida essa psicologia de botequim. Obrigado, tambem, pela parte que me toca em "seu raciocinio pobre". Eu nao discrimino nikkei's. Ja devo ter escrito em algum dos posts sobre ter amigos nikkei's. O que eu critico eh a discriminacao e o ideologia rasteira de muitos deles. Explico. A discriminacao: separacao do povo brasileiro, no ponto de vista nikkei, em brasileiros ou gaijin's e japoneses ou nikkei's. O grau de discriminacao eh tao alto que tem ate gente se referindo a descendentes de italianos e portugueses como italianos e portugueses. Como disse, tenho amigos nikkei's aqui e no Brasil. Nao raro saio com grupos grandes de nikkei's, porem, mesmo nessas ocasioes, nao me omito quando aparecem opinioes idiotas a respeito da referida separacao entre os brasileiros. Ideologia rasteira: por serem descendentes de japoneses, acham um absurdo serem tratados como estrangeiros pelos japoneses e pensam que eh direito deles terem privilegios, tanto no Japao quanto no tocante a facilidades para imigrarem para ca, em relacao a nao descendentes. Permita-me critica-lo tambem: voce disse que eu tomo a parte pelo todo. Errado. Nao sei qual seu grau de contato com os nikkei's, mas 9 a cada 10 nikkei's que encontro ou encontrei tem esse pensamento. Sao mais de 6 anos de contatos diretos e indiretos com eles, os nikkei's. Meu espaco amostral eh grande, Sr. Max. Nestes anos de contato ja encontrei, inclusive, nikkei's que nao gostam de ter amizade com outros nikkei's por causa da famosa "japanela", porque acaba por excluir pessoas nao nikkei's, com as quais as pessoas ditas acima gostariam de ter contato. A frequencia dos adeptos nikkei's dessa ideologia discriminatoria eh tao grande que voce pode contar os posts onde esta implicito e explicito o "apartheid" do qual estamos tratando. Nao se preocupe que nao estou tomando a parte pelo todo e eu distinguo bem os que ainda nao se deram conta da realidade e os que se deram. Talvez seja um vicio adquirido de tanto trabalhar em pesquisa cientifica. Porem nao discrimino, volto a repetir, nenhum dos dois tipos de nikkei's. Estou aproveitando o espaco da internet, onde as pessoas nao precisam se identificar e por isso, talvez, sintam-se mais mais a vontade para falar, para saber a razao da tal separacao e a razao pela qual eles acham que o Japao lhes deve beneficios. Pois, quando lhes pergunto pessoalmente, sempre mudam de assunto. Agradeco-lhe, ainda, pelo texto recomendado. Lerei. Se eu tiver alguma dificuldade em entende-lo, pode deixar que eu te pergunto. Para finalizar, acho que nao ha problema nenhum em escrever em kanji. Dizer que pessoas nao entendem eh subestimar os demais e, de fato, preconceito, pois, apesar de nao os conhecer, ja julga, sabe-se la por qual razao, que nao conseguirao ler. Acho que todos que estao aqui sao entusiastas da lingua japonesa.

  52. 留学生 @ 27 Nov, 2007 : 13:39
    RMAX: Nao coube no comentario anterior. Nao estou dividindo nada em 外 e 内. Isso eh digressao. Parto da situacao ja consolidada de 外 e 内 e que nao foi criada por mim, ate porque, voce deve saber, esta divisao eh tipica do Japao e foi levada ao Brasil pelos imigrantes. Caso assim nao seja, me aponte onde eu causei a divisao. Pelo contrario. O cerne de meus posts eh a premissa de que nao ha diferenca entre nenhum brasileiro. Leia com atencao meus posts, assim como lerei o texto que me recomendou com tanto cuidado, antes de chamar meu raciocinio de pobre e minha visao de acritica e absurda.

  53. Ewerthon @ 27 Nov, 2007 : 14:46
    留学生, como bom jornalista, gosto de polêmicas. Vejo que este post rendeu uma boa e acalorada discussão sobre a tal da "discriminação". Lembro de ter feito essa matéria, ano passado, sobre a proposta do governo de acabar com o visto especial para nikkeis e abrir as portas para a imigração geral de pessoas qualificadas (e também não-qualificados), já que o país necessita - e muito - da mão-de-obra de fora. Conversei com vários brasileiros (nikkeis, diga-se de passagem) e também "lideranças" da comunidade. Todos eram contra e tinham centenas de supostos "argumentos" para defender a tese de que os nikkeis deveriam ter o privilégio do visto. Na minha opinião, de especialista em generalidades (rs), acho que os nikkeis discriminam sim os não-descendentes. Como o RMax disse, não podemos considerar o todo, mas a grande maioria tem sim um lado segregador. Não é raro ver em grupos de discussão (como a Braznet) supostos nikkeis incitando a discriminação contra não-descendentes. Dizem que a culpa dos crimes e da bagunça da comunidade brasileira aqui é culpa dos "brasileiros". São vários os motivos, e a gente ficaria aqui horas discutindo o assunto. Cito, no entanto, alguns pontos relevantes que devem ser levados em consideração: a maioria dos que estão aqui tem um nível cultural muito baixo (há pesquisas que comprovam isso), muitos dos nikkeis foram criados dentro de um sistema familiar do Japão antigo, que pregava justamente essa coisa de "raça pura" (por isso, muitos se opunham a casamentos com não-descendentes), o problema da identidade cultural (afinal, aqui os nikkeis são brasileiros e no Brasil são japoneses), o estafante cotidiano das fábricas, o fato da maioria se encontrar na base da pirâmide social japonesa (o que acaba fomentando a "necessidade" de se criar um status social dentro da própria comunidade) etc. Enfim, há vários aspectos a serem analisados. Concordo em partes com seus pensamentos e fico feliz de abrir aqui este espaço para essas importantes discussões.

  54. RMax @ 28 Nov, 2007 : 00:05
    Pois é, 留学生, acho que você está, lamentavelmente, convencido de que seu espaço amostral é suficiente para defender sua teoria. Eu não. Até porque eu não sou do tipo que considera que todos os brasileiros são iguais. Até porque brasileiro é uma questão de passaporte, de documento. Mas, eu não vou ficar aqui expondo as coisas de forma superficial. Eu já deixei uma indicação de texto para você compreender meu ponto de vista. Te sugiro a publicar um artigo com seu embasamento "acadêmico" para o tema. Assim, com suas estatísticas, você segue corroborando o seu olhar preconceituoso. Eu, como não tenho interesse em perpetuar preconceitos, te deixo com outra leitura que se refere à quantidade de brasileiros que usam o idioma japonês com condições de leitura de kanjis. No mais, eu tenho nome e sobrenome. Não me escondo atrás de pseudônimos porque costumo citar fontes e recursos para abonar minhas afirmações, não pesquisas baseadas em metodologias do achismo. http://www.overmundo.com.br/banco/politicas-publicas-para-imigrantes-brasileiros-em-yaizu-shizuoka-japao Você, repito, com toda sua retórica, é tão preconceituoso quanto as pessoas com quem você se relacionou. Sim, você toma as partes pelo todo, já que, escolheu seus "amigos" como referência para o estudo. Não, em nenhum dos seus posts anteriores você falou que "alguns" são preconceituosos e, sim, que os "nikkei são preconceituosos". Além disso, você assume os brasileiros como responsáveis pela criminalidade em Hamamatsu, por exemplo, sem levantar causas. Ou seja, você, como o governo japonês, pensa que "brasileiro" = "criminoso"? Você corrobora com esse ponto de vista, senhor 留学生?

  55. 留学生 @ 28 Nov, 2007 : 00:14
    Ewerthon, gostei da parte do especialista em generalidades. Aqui todos somos, por isso acho sem razao desqualificar racicionios ou agumentacoes de outrem. Obrigado pela sua breve ponderacao com respeito as possiveis causas da discriminacao dentro dos proprios brasileiros, da cisao entre os proprios brasileiros. A parte da identidade cultural eh um ponto muito relevante mesmo. Acredito que ninguem aqui me conheca pessoalmente, mas falo a respeito do outro lado da moeda: nunca me omiti, tambem, quando ouvia algum desinformado, no grupo onde estavamos, chamando algum descendente por "japa " ou os tratava com se fossem estrangeiros. Sempre expressei minha opiniao a respeito da brasilidade de todos. Para mim, como outro especialista em generalidades, o fato de poucas pessoas, nikkei's e nao nikkei's, se considerarem brasileiros eh uma das causas dos muitos problemas que o Brasil tem.

  56. RMax @ 28 Nov, 2007 : 00:58
    Todos, não. Não sou especialista em generalidades. Aliás, essa "especialização" inventada no Brasil dá direito a qualquer opinar sobre qualquer assunto como especialista sem ter qualificação para tal. Portanto, quem está nesse pacote identifique-se a si só, não aos outros.

  57. Regina @ 28 Nov, 2007 : 01:13
    Esse post realmente rendeu muita discussão. Acredito que quando uma comunidade se encontra em outro país, apesar de lamentável a discriminação é quase inevitável. O medo e o desconhecimento a respeito da cultura alheia acaba criando esse tipo de conflito. Os primeiros imigrantes japoneses também sofreram muito no Brasil, além das precárias condições de trabalho, do choque cultural, também houve discriminação. E isso não deve ter sido exclusividade dos imigrantes japoneses, a diferença entre eles e os demais imigrantes que foram para o Brasil é que a colônia japonesa demorou mais a se abrir e ainda há resistência em muitas famílias de origem nipônica no Brasil. Particularmente, na minha família isso rendeu muita discussão com meus pais. Eu e meus irmãos nos víamos e nos sentíamos brasileiros, já que nascemos e fomos criados no Brasil, mas na opinião dos meus pais não era bem assim. Depois de muita discussão, casamentos com não descendetes e lindos netos mestiços, eles perceberam com o convívio, que caráter nada tem a ver com raça. E na verdade o que move essa idéia de não misturar as raças é o medo, porque as lembranças, os costumes, os valores e as tradições são tudo o que eles tem do Japão e temem que isso acabe, que caia no esquecimento. Acredito que no caso de pessoas de religiões diferentes como ryuugakusei citou também seja assim, o medo de que os costumes, valores e crenças diferentes se tornem conflitos que não serão possíveis de administrar. E são esses conflitos que nós estamos vivendo aqui no Japão, soma-se a isso a má conduta de alguns estrangeiros e pronto: os japoneses tem medo dos brasileiros. Temem que nós façamos do Japão um pedaço do Brasil.(aquele pedaço que nós tb não gostamos, de sujeiras nas ruas, de violência, corrupção, etc) Nós não temos como entrar na cabeça dos japoneses e mudar a idéia deles em relação aos estrangeiros mas nós podemos engrossar uma campanha como a "brasileiro bom cidadão" e vestir essa camisa, respeitando as regras do Japão para que eles percebam que a comunidade brasileira não se restringe aos infratores. Claro que nada vai mudar da noite para o dia, nem quem que eles vão passar a gostar de estrangeiros, mas se eles se sentirem respeitados vão procurar nos respeitar mais também.

  58. 留学生 @ 28 Nov, 2007 : 04:12
    RMax: "(...)seu espaço amostral é suficiente para defender sua teoria. Eu não." Esta eh sua opiniao e difere da minha. "(...)eu não vou ficar aqui expondo as coisas de forma superficial..." Olha so o dono do discurso falando. "(..) brasileiro é uma questão de passaporte..." E qual nacionalidade nao o eh? Nao sei o que quis dizer com isso. Antes de mais nada, nos nao estamos aqui para discutir pessoas e sim as ideias carregadas por essas pessoas, logo, eh irrelevante se voce tem nome e sobrenome ou nao. Este argumento eh evidencia de alguem que esta pedindo arrego. Usar fontes e recursos para suas afirmacoes tambem nao significam nada, ja que nao ha um concenso em todos do forum sobre a confiabilidade das fontes e da metodologia a qual voce recorre. Alem disso, fique sabendo que empirismo tambem faz parte da Ciencia. Um exemplo pratico: ate pouco tempo, o aviao nao voava teoricamente. Pelas ferramentas de calculos existentes, faltava asa ao aviao. Porem, empiricamente qualquer um podia ver que o aviao voava. O que voce chama de achismo, para mim eh experiencia pessoal (empirismo). Acredito que aqui ninguem seja cientista social, logo, todas as opinioes sao baseadas em experiencias pessoais, o que para voce eh achismo, e todas essas experiencias parecem convergir para o mesmo ponto: existencia de discriminacao ilogica por parte da comunidade nikkei. Antes que suas seguidas digressoes, na ansiedade de se fazer ouvir, levem o assunto para um rumo desconexo, vamos recapitular o cerne da questao. Eu defendo que pessoas que nasceram no Brasil e la vivaram e tiveram sua personalidade moldada sao todas iguais, independente da ascendencia. Por isso ataco aqueles que se acham diferentes, pelas mais diferentes razoes, e dessignificam seus conterraneos de forma futil e vazia. Voce me chama de pre-conceituoso, talvez queira dizer discriminador, por chamar atencao a situacao que ja esta consolidada e querer saber as causas de tal. Nao sou pre-conceituoso. Parte pelo todo. Essa eh uma questao filosofica, mas eu nao quero ensinar Filosofia ao Todo Poderoso Max, que usa nome e sobrenome. Mas note que voce tambem esta tomando a parte pelo todo ao tentar contrapor minha opiniao. A diferenca eh que voce toma a parte antagonica e quer impor a visao da parte que voce esta tomando. "id est", voce toma as pessoas nao discriminadoras, que, pela minha ainda jovem experiencia pessoal, sao minoria, como corrobora o comentario de Ewerthon.

  59. 留学生 @ 28 Nov, 2007 : 04:22
    RMax: Chamar-me de preconceituoso e dizer que eu sou igual ao que eu critico eh mais uma digressao, uma tentativa ineficaz de minorar meus argumentos. Nao tome conceitos interligados por sinonimos. Discriminacao e preconceito sao conceitos distintos, apesar de um ser a causa do outro. Nao sou preconceituoso, pois nao me baseio em pre-conceitos. Nunca deixei de me aproximar de ninguem do referido grupo por ja supor que eu seria discriminado ou que um determinado individuo eh segregador, sem antes conhece-lo, logo, nao sou pre-conceituoso. Com relacao a minha concordancia ou nao com o Governo do Japao: nao tenho de concordar ou discordar, nao tenho poder de voto aqui, logo, os politicos daqui dirigem o pais como querem, mas que ha dados demonstrando que ha um aumento, na criminalidade, proporcional ao aumento de brasileiros em uma dada cidade, isso ha. Nao venha me pedir referencias, aqui nao eh defesa de tese. Se voce estiver de fato interessado, busque na net que voce vai encontrar. Agora, se voce me perguntar se eu acho que brasileiro eh ruim por definicao, direi que nao, mas entendo a postura dos japoneses devido ao comportamento da maioria do brasileiros aqui e as politicas nacionais tem de ser delineadas de acordo com as massas e nao de acordo com cada individuo em particular. 忘れない内に、昨日、極めて役立つ資料を頂いて有難う御座いました。複雑な文ばかりであるが、読めているよ!ただ、あの資料を呉れる目的は私が日本語が出 来ないと言う仮定で、本当に日本語が出来るかどうかを確認する事であれば、私にとって心外であるだけではなく、あなたは失敗したよ。あるいは、あの資料の翻訳をもらいたいのであれば、頼むだけで十分だよ。

  60. 留学生 @ 28 Nov, 2007 : 04:29
    RMax: Ah! ta bom ta bom... Nao eh especialista em genralidades, eh especilista da gema entao? Em que? Se for realmente especialista, trate de melhorar, ja que voce gosta, suas fontes. Estao me parecendo muito sem credibilidade. Os dois textos que voce me indicou sao bem carentes.

  61. anonimo @ 28 Nov, 2007 : 10:23
    para voce ai de cima,voce ta fazendo muito caso com isso se nao se sente bem aqui no japao cai fora volta pra sua terra nao convive mais com os nikkeis affff

  62. MÁRIO @ 28 Nov, 2007 : 20:25
    Caros Rmax e 留学生! O assunto é por demais apaixonante e tambem extremamente polêmico, mas acredito que poderia, inclusive abrigar outros pontos de vistas e opiniões, além das visões unilaterais dos Senhores. Constata-se , que pelo andar das "conversas" não haverá o convencimento ou convergencia, pelo menos neste assunto, portanto seria inutil a continuidade da discussão. Ademais, esta polêmica interminavél estar gerando confusões nos demais participantes neste Post, como atesta o "anonimo", que na sua suscinta e raivosa apreciação, equivocou-se por duas vezes , tanto no alvo pretendido , bem como na direção do tiro. Mas isto são apenas detalhes. O que importa, é que o homem esta armado e esta bravo demais... Abraços Amazônicos. PVH-RO

  63. Esther @ 28 Nov, 2007 : 22:04
    Meu caro 留学生 obrigada pelos comentários a respeito da minha opinião, agradeceria ainda mais se a respeitasse. Vc diz que devemos conhecer os problemas para se propor soluções..difícil pra vc que não é nikkey. Acho que vc se esconde ai atrás desse seu nominho em Kanji, tem medo de que> de sofrer discriminação por expressar suas idéias>> Acorda neném

  64. judi @ 28 Nov, 2007 : 22:09
    que carinha chato esse 留学生...gente..kkkkk chato demais, quer aparecer, posar de intelectual. uma merdinha...kkkk deve estar com algum problema sexual...kkkkk

  65. Ewerthon @ 29 Nov, 2007 : 01:04
    Caros leitores, A idéia do blog é justamente fomentar discussões sobre a questão dos brasileiros no Japão. Acho válida a participação de todos e abri o espaço para ouvir a opinião das pessoas, sejam elas estudantes, trabalhadores, donas de casa, aposentados... Gostaria, porém, de pedir para que todos respeitassem a opinião alheia. Não gostaria e nem quero pedir para o editor do site apagar algumas mensagens. Portanto, comportem-se meninos!! Criticar sim, mas sem descer do salto!

  66. Regina @ 29 Nov, 2007 : 01:08
    Em alguns pontos eu até concordo com o 留学生, quando ele diz que há divisão entre a comunidade brasileira, isso é verdade. Também é verdade que há nikkeis que enxergam os não descendentes de outra forma. Também concordo que sofremos discriminação aqui no Japão pelo mal comportamento de uma minoria de brasileiros (nikkeis e não nikkeis). Mas nâo concordo com isso, a minoria faz e a maioria paga. Também não concordo em apontar para os nikkeis e dizer que são tão preconceituosos, pois muitos são casados com não descendentes. Também não concordo com o que disse no segundo comentário "Japones ja eh fascista e preconceituoso por natureza...". Não acho que isso é da natureza de nenhuma raça. E tem mais, se os nikkeis enxergam os não nikkeis de outra forma, ninguém pode culpá-los por isso. Foram criados assim e no Brasil eram vistos pelos não nikkeis como "japoneses". Agora se a questão é pq foram criados assim, como sendo diferentes, temos de voltar há mais tempo na história; porque muitos japoneses tinham a intenção de serem apenas dekasseguis e não imigrantes. Educaram seus filhos como se fossem japoneses porque pensavam que iam retornar ao Japão. Podemos culpar os nikkeis por se acharem japoneses? É verdade, isso faz muito tempo mas essa geração que cresceu e se educou como japonês, criou seus filhos assim também. Mas porque, se esse já não tinha a intenção de vir para o Japão? Talvez porque ele não soubesse criar de outra forma, ou porque ele acreditava que isso era melhor. E porque não se misturou com as outras raças? Porque eles frequentavam as associações de japoneses. E essas associações que a princípio foram criadas apenas para que os japonese pudessem se ajudar, se educar e matar a saudade da terra natal, acabou por facilitar o isolamento da comunidade e ela se fechou, todos eram conhecidos e se sentiam seguros assim. Preferiam sim, que os casamentos fossem entre nikkeis, tinham os mesmos costumes, as mesmas tradições. Podemos culpá-los por isso? Fora isso, houve a guerra, onde os japonese foram perseguidos no Brasil, isso acabou por fortalecer ainda mais o laço entre os nikkeis. A comunidade se tornou mais fechada. Podemos culpálos por isso?Não, assim como não podemos culpar a família judia que foi citada por não querer que o filho se casasse com uma pessoa não judia. É verdade, a moça poderia ter se convertido mas as vezes convicções religiosas podem ser importantes para ambos os lados, não? Quero dizer, se fosse possível trocar de raça, não seria correto um nikkei dizer para a namorada de seu filho algo como "tudo bem, vcs podem se casar se vc deixar de ser loira e virar nikkei". Não é mesmo? Não podemos culpar os judeus se eles preferem que o casamento seja feito entre pessoas da mesma religião. Tudo bem religião e raça são coisas diferentes, mas nesse ponto seguem o mesmo raciocínio. Há quem prefira seguir esse raciocínio e quem não prefira. Quem somos nós para julgar?

  67. 留学生 @ 29 Nov, 2007 : 02:09
    Pois, eh. Quando acabam os argumentos, tem de atacar as pessoas. Os tres posts com ofensas dirigidas a mim. anonimo: aqui nao eh terra de nikkei's, mas sim, de japoneses. Quer voce goste ou nao. Aqui, de acordo com o Ministerio da Justica, moram 2.084.900 estrangeiros, ou seja, 1,6% aproximadamente da populacao. A porcetagem de nikkei's eh menor ainda. Entao, mesmo que eu odiasse nikkei's, o que nao eh verdade, se voce ler cuidadosamente meus posts, voce vai ver, eu poderia ficar aqui sem problemas. Alem do mais tenho liberdade e qualificacao para morar onde eu quiser. A sua ideologia sem fundamento eh justamente a qual me refiro. esther: me escondo atras do nome 留学生, que alias voce nao consegue ler nem escrever, apesar de se achar japonesa, so lhe restando o copiar e colar mesmo, assim como voce se esconde atras de Esther, que talvez voce nao saiba, foi uma rainha judia. Na lista telefonica tem um monte de Esther. Nao tenho medo de discriminacao, nao. Alias, quem deveria acordar eh voce e os nikkei's quem tem a cabeca arcaica como a sua. Os discriminados, ate no Japao, sao voces. Sao discriminados pelos japoneses e, se voce fala ingles, converse com estrangeiros e eles lhe dirao que o nikkei's voce vera o que eles acham da atitude ridicula dos nikkei's de tentarem ser japoneses, apesar do comportamento ser brasileirissimo. Quem deveria acordar eh voce, senao, so vao sobrar os nikkei's para voce mesmo, e so os brasileiros, pois os nikkei's de outras partes do globo nao sao segregadores assim nao. judi:... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... Sem comentarios para voce. Como voce deve estar cansada porque deve ter trabalhado ate tarde colocando docinho em 弁当 ou na linha de producao de componentes eletronicos, eu entendo o seu estresse. Descansa e pensa direitinho no que voce disse. Ewerthon, um pedido: post de crianca que nao lavou a boca com sabao nao da, nao.

  68. 留学生 @ 29 Nov, 2007 : 02:58
    Regina, concordo com o que voce escreveu, exceto a parte do Fascismo no Japao, mas sao opinioes contrarias, paciencia. Fascismo nao eh o topico aqui. Parece que nao estao lendo meus posts inteiros ou eu estou escrevendo errado. Eu nao disse que sao todos os nikkei's. Porem, como eu discutia com o Max, pela minha experiencia de vida, sao a maioria. Nao eh meu intuito julgar nem culpar os nikkeis do passado que, por diversas circunstancias, se isolaram. Estou dizendo que os tempos sao outros, nao ha mais razao para tal. O Brasil eh feito de imigrantes e tem de chegar a um acordo com as diferentes etnias que la vivem se quiser realmente ser um pais forte, um lugar onde possamos trabalhar e chamar de nosso sem sofrer discriminacao. Agora, em 2007 quase 100 anos depois, a maioria dos nikkei's continuam com o mesmo isolacionismo. Vide os comentarios de anonimo "...cai fora..." e de Esther "difícil pra vc que não é nikkey". Nota para Esther que choramingava a discriminacao por parte dos japoneses e, em lugar de discutir ideias, me atacou justamente discriminando. Em vez de argumentar, excluem. Sim, o japoneses sofreram discriminacao no Brasil mas foi logo no inicio apenas. Na segunda guerra, dizem que foram perseguidos, mas sera que nao havia motivo? Detalhe que os italianos nao podiam nem ter radio no Brasil durante o mesmo periodo. Os alemaes, nem se fala. Eu nunca ouvi nenhum descendente de alemao ou italiano reclamar ou fazer alarde por isso ou usando de desculpa para contra-discriminar. Se o Max ja viu, me avise. Lembre-se daquele grupo na regiao de Bastos que perseguiam os proprios japoneses e descendentes que admitiam a derrota do Japao na guerra. Eh isso motivo para o Estado vigiar ou nao? Nos EUA, durante a guerra, os nikkei's foram enviados a campos de concentracao para que pudessem ser vigiados. Claro que eles nao sofriam maus tratos como era feito nos campos de concentracoes nazistas, mas foram apartados do resto da sociedade. No entanto, pelo que converso com nikkei's de la, nao ha magoa nenhuma quanto a isso. Mas isso eh passado. Nao eh meu habito chamar ninguem de "japa" e derivacoes, mas tem brasileiros que fazem. Porem, para mim, eh o mesmo que dizer "alemao" ou "galego" para os brancos, ou "turco" para os libaneses ou outros arabes (que nao sao turcos, mas sao assim chamados). Acho demasiado achar-se discriminado por que um colega disse "o, japa" e ja logo em seguida lhe da um tapinha nas costas e voces ja saem conversando sobre os mais diversos assuntos e dao muita risada. Discriminacao seria se postos da sociedade brasileira, ou lugares, lhes fossem inacessiveis por causa da ascendencia, como ainda ocorre com os negros. Tenho muitos exemplos de que isso nao ocorre para os nikkei's, mas vou dar so um, que todos devem conhecer:

  69. 留学生 @ 29 Nov, 2007 : 02:59
    o comandante da FAB eh um nikkei de nome Juniti Saito. Sao os nikkei's discriminados, de fato, no Brasil? Ele chegaria la se houvesse a tao reclamada discriminacao? Claro que os nikkei's, para mim, sao muito trabalhadores e capazes, e suas conquistas na terra do Brasil sao fruto disso, porem, se houvesse uma discriminacao, um boicote, de jeito maneira haveria ascencao social. Em suma, o Brasil nao discrimina mais os nikkei's de fato, porem a reciproca nao eh verdadeira ainda, e eh esse meu ponto. Reitero meu pedido para o responsavel do blog combater posts com palvras chucras.

  70. RMax @ 29 Nov, 2007 : 07:32
    Não quero fazer esse post como resposta a ninguém. Até porque não me escondo atrás de pseudônimos e tenho nome e endereço para quem quiser discutir esses assuntos de forma franca, sem preconceitos e sem vistas a querer posar de profundo conhecedor de um tema. Porém, citei dois textos que foram considerados por um dos debatedores como "bem carentes". Supondo que ele os leu, claro, a opinião dele é muito valiosa. Porém, a quem não os leu, convém esclarecer a origem das fontes: um deles trata-se de uma pesquisa acadêmica realizada durante 1 ano de estudos na cidade de Yaizu. Uma pesquisa que teve nota máxima do juri acadêmico que a avaliou. Obvio, claro, que é um juri de especialistas. De gente que leu e releu o trabalho, com cuidado e procurou fazer críticas que fizessem com que a pesquisa ficasse mais completa. Além disso, fico feliz de saber que, diferente do que muitos pensam sobre os trabalhos produzidos em universidades, a pesquisa está sendo usada por um movimento social local como referência. Ou seja, não é apenas um reconhecimento acadêmico mas, sim, reconhecimento da comunidade pesquisada de que aquele trabalho, de algum modo, a representa. A comunidade brasileira é objeto de muitas pesquisas no Japão e, é bom que ela saiba, que há gente séria envolvida nesses trabalhos e que essas pessoas não se curvam diante das atitudes de governos nem tampouco diante das pressões sociais na elaboração de seus trabalhos. Portanto, não posso me silenciar quando um trabalho que foi referendado por pesquisadores sérios e por movimento social seja tratado de forma pejorativa por alguém, sem que os argumentos tenham sido apresentados e debatidos de forma clara. No mais, o segundo trabalho, foi produzido por um dos maiores antropólogos japoneses e é teoria de referência nos estudos acerca da questão da criação da idéia de nacionalidade, do nacionalismo e da cultura hibrida. É algo que também foi referendado pela comunidade acadêmica, portanto. Como todo trabalho, em qualquer área, merece crítica e nunca deve ser lido como uma forma definitiva de pensamento. Porém, mais uma vez, não posso ficar calado diante de alguém que, simplesmente, decide dizer que é fraco sem qualquer justificativa. (segue)

  71. RMax @ 29 Nov, 2007 : 07:34
    (continuacao) Obvio, porém, que, num debate como esses, todas as opiniões são válidas, mesmo aquelas baseadas em falácias, em falsos argumentos e em argumentos que se sustentam apenas na forma da agressividade. Porém, acho que é minha função esclarecer a origem dos dois textos detratados por um dos "debatedores". No mais, saio com a tristeza de ver um debate sério como esse ter se tornado palco para um indivíduo mascarado, sem nome, que o usa apenas para agredir as pessoas e explorar preconceitos. Não acho que devemos ser coniventes com quem discrimina, seja que for. E por isso tomei parte do debate. Enfim, triste que as minhas palavras foram usadas apenas para alguém se defender de sua própria pobreza teórica, intelectual e, porque não dizer, de sentimento humano. No mais, falo em bom português, não enviei materiais para testar o nível de japonês de ninguém, não é do meu feitio. (Assim como não escrevo "arigato gozaimasu" em kanji só para mostrar que eu sei ler. Até porque existem tradutores que fazem essa tradução, não é mesmo?) No mais, eu não vou aburrir os outros com mais falas. Se você, "estudante estrangeiro", quiser falar diretamente comigo, me manda um e-mail. Você sabe onde me encontrar.

  72. Emoticon @ 29 Nov, 2007 : 07:38
    Tivemos uma ministra de estado negra, a senhora Benedita da Silva que, porventura, foi governadora do Estado do Rio de Janeiro. Por isso, seguindo a lógica aqui explicada por alguém com quadradinhos no lugar do nome, não há discriminação contra os negros no Brasil?

  73. 留学生 @ 29 Nov, 2007 : 07:59
    RMAx: Por gentileza, em qual e-mail?

  74. anonimo @ 29 Nov, 2007 : 09:45
    Para o estudante : queria te dizer que nao queria te atacar ,se vc ta aqui estudando parabens vc e uma cara que tem uma meta ,enquanto muitos nikkeis nao fazem o mesmo ,so queria acalmar essa intriguinha entre nos BRASILEIROS sim como nikkei me sinto 100% brasileiro amo a minha terra nao me considero nem um pouco japones tanto que saio nas ruas de nagoya com minha camisa verde amarelo que tanto amo conheco brasileiros sem descendencia que sao loiros e tem a maio vergonha de dizer que sao brasileiros eles deixam os japoneses acharem que sao americajin .

  75. 留学生 @ 29 Nov, 2007 : 10:01
    Ta certo gente. Peco desculpas aos que eu interpretei mal ou tenha ferido suas conviccoes, ainda que eu nao concorde com elas. Paro por aqui. Os que entenderam e concordaram comigo, obrigado. Aos que preferem continuar vivendo dentro da "colonia", no mundo inexistente entre Brasil e Japao, paciencia. Abracos e beijos, ate mesmo para a menina mal-criada me xingou.

  76. Regina @ 30 Nov, 2007 : 07:33
    Verdade, nunca vi descendentes de alemães, nem italianos falarem sobre perseguições na época da guerra. E acredito que isso aconteceu porque eles já se encontravam mais integrados a comunidade brasileira na época. Essas perseguições que os nikkeis se referem , é principalmente porque eles eram proibidos de organizar reuniões e falarem seu próprio idioma. Para eles, isso foi o pior, pois a maioria ainda não falava português. Não foi só uma censura aos meios de comunicaçao de massa, foi uma censura a comunicação. Imagine encontrar os conhecidos em um lugar público e não poder falar com eles pq é proibido. Deve ser como ter a língua cortada! Quanto ao grupo a que vc se referiu, o shindo rimmei (o pior capítulo da imigração japonesa), isso foi depois da guerra ter acabado, com certeza eles deviam ter sido até mais vigiados do que foram. Mas a própria censura é que favoreceu essa organização, porque todos estavam desinformados mas isso já é outro assunto. A imigração vai completar 100 anos, mas muitas famílias foram ao Brasil depois da guerra, na década de 50 e começo dos 60, então a idéia de educar os filhos como japoneses, não foi só dos primeiros imigrantes. Eu quero dizer que a idéia não é tão antiga assim, agora deve estar na terceira geração e vem perdendo força aos poucos. Também não acho que ser chamada de japa é discriminação. Mas olha só, o fato de um nikkei não ver o não nikkei como sendo diferente, não quer dizer que ele se ache melhor. Não conheço nenhum nikkei, que não tenha amizade com não nikkeis. Conheço nikkeis que preferem casar com nikkeis, não acho que eles pensem que vão preservar uma "raça pura", pensam que querem construir uma família nos memos moldes das deles. Reafirmo minha opinião de que o que realmente move essa separação é o medo de que as pessoas esqueçam suas origens, que as tradições se percam diante do novo.

  77. Regina @ 30 Nov, 2007 : 07:35
    Não quero justificar o injustificável, mas procuro compreender o que leva a esse comportamento, espero e acredito que a tendência é isso diminuir cada vez mais com o tempo. Ewerthon, parabéns pelo post. E ao 留学生, apesar de ter sido um pouco agressivo quando se referia aos nikkeis, eu gostei da sua participação, sem sua opinião essa discussão não teria sido a mesma coisa. Espero que da próxima vez todos participem e respeitem as opiniões alheias.

  78. 留学生 @ 30 Nov, 2007 : 08:19
    Obrigado a voce tambem, Regina, ao Ewerthon pelo espaco e por ter trazido o tema e aos demais que usaram este espaco para discutir ideias. Quanto a agressividade, concordo que os argumentos foram agressivos e ataquei ideias, porem nao pessoas, como fizeram comigo, inclusive usando nicks diferentes, sendo um para usar palavras de baixo calao. Bom, mas isso ja foi. Espero que tenha sido produtivo. Eu aprendi algumas coisas e tambem mudei minha visao sobre certos aspectos do isolamento. Para finalizar, parece que os brasileiros ainda se sentem desterrados em sua propria terra, como ja dizia o Sergio Buarque de Holanda em Raizes do Brasil.

  79. Gorgeous @ 6 Dez, 2007 : 13:08
    Caraca! Que discussao... Perece ter sido interessante, fora os golpes baixos das palavras sujas. Eu tambem acho ridiculo essa historia de alguns nikkeis se acharem japoneses. Pior ainda sao aqueles que mesmo indo para o Japao, sabendo que os japoneses nao os tratam como iguais, ainda tem o sonho de um dia serem reconhecidos... Francamente... japoneses... ta bom que sao...

  80. Julio Cesar Almeida @ 7 Dez, 2007 : 13:03
    Caro Ewerthon. Acho que o caso que voce chamou de discriminacao tambem foi um choque cultural. Ao meu ver, o bancario apenas nao entendeu a razao pela qual voce quer viver no Japao, se nem mesmo tarefas cotidianas basicas voce consegue realizar sozinho. Como por exemplo: operar o caixa automatico. Alem do mais, os mais velhos, legalmente tem prioridade no Brasil e no Japao. So que no Japao eles poe em pratica a tal prioridade. Esse foi outro aspecto cultural que o levou a ficar na mao, consequentemente bravo e a chamar esse pequeno choque cultural de discriminacao. O meu ponto de vista eh esse.

  81. 留学生 @ 28 Dez, 2007 : 09:30
    Quem discordou de mim naquela longa discussao sobre discriminacao por parte de alguns nikkeis contra os brasileiros, deveria dar uma olhada aqui www.imigracaojaponesa.com.br. Uma evidencia do pensamento raso e da confusao de nacionalidade existente na cabeca de certos nikkeis.

  82. Claudia Yoscimoto @ 31 Dez, 2007 : 17:10
    Nossa, Ewerthon! Este realmente é um tema tão polêmico quanto futebol ou política e que renderia horas de discussão! Não fui, até o momento, claramente "atacada" de forma discriminatória, mas a gente percebe uma certa desconfiança ou até mesmo aversão nas entrelinhas ou mesmo pelo olhar ao pegar um táxi, entrar numa loja... Às vezes eu e minha família nos sentimos meio "ETs" quando estamos num ambiente dominado pelos nativos, pois como meu marido e filho são claros, olham para eles com surpresa, como se fossem americanos. Isso, confesso, muitas vezes me irrita, porque não negamos a nossa cidadania. Mas realmente penso que, no caso do Jp, há uma questão de choque cultural, sim, pois eles não estão acostumados com a presença maciça de estrangeiros e, quando ocorre algum crime envolvendo brasileiros, eles tendem a generalizar. Fora que a maioria (como eu, por exemplo) ainda não consegue se comunicar e a barreira do idioma atrapalha bastante, visto que não temos capacidade de expressão e, com isto, oportunidade de inserção na comunidade local. O japonês é um povo fechado e desconfiado. Para fazer parte da sociedade japonesa é preciso um mínimo de conhecimentos do idioma e da cultura. Penso assim. Entretanto, este é um problema complexo, pois já conheci japoneses ávidos e muito simpáticos por uma aproximação maior com os brasileiros e outros mais sisudos e frios, totalmente indiferentes à nossa gente, que nem sequer nos olham na cara. Porém, mesmo no Brasil, conhecido pela sua diversidade cultural e miscigenação das raças, também há muitas pessoas preconceituosas, especialmente contra negros e nordestinos. Tanto que lá, racismo virou crime na legislação e há cotas para negros nas universidades, como se eles, por si sós, não conseguissem ter acesso livre ao estudo superior. Mas, bem, quanto ao racismo virar crime previsto em lei, eu até concordo e, acho que devia vigorar em qualquer país, afinal, ser humano é ser humano, não importa se branco, negro, azul ou amarelo. Mas, "anyway", o capitalismo selvagem só enxerga mesmo o status, ou seja, money e ascensão social... rs Então, para finalizar, só o que acho triste aqui mesmo é a questão do ijime (que nos Estados Unidos seria o bullying, olha que coincidência justo em países de primeiro mundo!!!) levar as crianças ao extremo do suicídio. Isso é que acho que me custa mesmo a elaborar na minha mente, porque a discriminação velada do cotidiano eu tiro de letra, seja aqui ou em qualquer lugar do mundo. Mas contra crianças é lamentável, porque elas não entendem nada sobre o que é o capitalismo... Bom, melhor eu parar, que já me alonguei demais hahahaha. Bjs.

  83. 留学生 @ 2 Jan, 2008 : 03:02
    Que nada! Todos te encararem pela rua ou estabelicmentos comerciais e ser tratado diferente pelos funcionarios, os quais quase nunca usam keigo (敬語) para te atenderem, eh so um choque cultural. Dizer que foi discriminado eh desculpa facil e corriqueira. hahahahahahaha

  84. claudio @ 11 Jan, 2008 : 13:42
    esse tal ryugakusei e um sujeito que se gaba de ser fluente em nihongo,um merdinha

  85. claudio @ 11 Jan, 2008 : 13:45
    um playboy que veio estudar no nihon e fica esnobando os nikeys...

  86. 留学生 @ 12 Jan, 2008 : 06:44
    Playboy? Voce diz playboy na acepcao inglesa, japonesa ou brasileira? Ah, esquece, vai. Voce deve estar apenas repetindo o que ouve e nem sabe o que significa playboy. Depois eu que sou o merdinha.

  87. edson @ 25 Jan, 2008 : 15:41
    olá à todos! ótimas opiniões, heim?! esse assunto realmente dá "pano pra manga". Sou sansei e vivi os últimos 3 anos e meio no Japão e nunca sofri nenhum tipo de discriminação lá. Não tenho muito contato com nikkeys no brasil por causa da já comentada "japanelada", sempre sofri a tal discriminação aqui contra japa, do tipo:" abre os olhos, japonês!" ou algo sobre meu orgão sexual ou minha "amarelidade", e essa discriminação ou racismo veio e ainda vem de todos os "lados", negros, brancos, indios, italianos, alemães, etc. Confirmo as palavras do Sr. Ryukakusei sobre os nikkeys se acharem japoneses pois, eu mesmo tinha essa opinião quando estava lá. Olhava um não descendente com o som do carro no volume máximo as 1 da manhã e pensava: "Que gaijin, maldito!" Foi, realmente, uma atitude preconceituosa mas acho q acabou sendo um reflexo do que vivi e vivo aqui no Brasil e acho que todo descendente viveu. O Sr. Ryugakusei pode não entender isso por não ter vivido a experiência de sofrer tirações de sarro a vida inteira. Mas depois de algum tempo percebi que esse preconceito meu contra os não nikkeys era ridículo por que eu sou brasileiro também...comecei a usar a palavra "gaijin" não só para os não-nikkeys e sim para todos os estrangueiros. Tive um problema de comunicação por causa da língua e a atendente simplesmente não quis mais me atender...fiquei puto na hora mas percebi depois que ela tinha razão. Ela não ia me entender e não tinha como resolver meu problema daquele jeito. Mas uma brasileira que estava na loja e viu o que aconteceu ficou indignada e queria brigar com a atendente dizendo que era preconceito o que ela fez. Tentei acalmar a mulher dizendo que a atendente não foi preconceituosa comigo por que ela não estava me entendendo e não tinha como me ajudar. A partir daí procurei na internet casos de "preconceito" contra estrangueiros e percebi que a maioria dos casos não era exatamente preconceito e sim mal entendimento das partes. Os japoneses não entendiam o que os brasileiros queriam exatamente e os brasileiro ficavam nervosos com isso e falavam que era preconceito. Isso, na minha opinião, não é preconceito. Os negros sofrem o preconceito aqui. Os brasileiros, em geral, já vão para o Japão com duas pedras na mão sobre esse assunto. Outro problema é a falta de confiança dos japoneses contra os estrangeiros. Conheci estrangueiros (brasileiros e peruanos) que roubavam som, rodas, dvd de carros para vender a preço de banana e eram pegos pela policia e, logicamente, saia no jornal ou noticiário, assim como qualquer outra noticia do tipo junto com estatísticas de que o aumento da criminalidade no local está relacionada com o aumento de estrangeiros no local, e depois viam os comentários na fábrica dizendo que os japoneses e a mídia japonesa era preconceituosa.

  88. edson @ 25 Jan, 2008 : 15:42
    Me digam vocês, o que vocês pensariam se na sua cidade os noticiários e jornais mostrassem que a criminalidade da cidade aumentou junto com a chegada de pessoas de outras cidades? A atitudade do governo japonês de barrar a entrada de qualquer pessoa no pais é uma solução que eles encontraram de tentar diminuir os problemas. Um pais que nunca teve esse tipo de problema tende a tomar medidas radicais mesmo. O que deveria mudar é a atitude dos estrangeiros em outros países. O mínimo a ser feito seria tentar entender a cultura e fazer parte dela, aprender a língua local, e principalmente, aprender a ter o respeito que eles tem pelas pessoas... em qualquer estabelecimento que você entra no Japão, você é recebido com um "Seja Bem Vindo!". Acho que, se as pessoas que viajam, não só para o Japão, estudarem e aprenderem tudo isso antes de sairem daqui, iriam melhor não só as próprias vidas lá como as dos moradores locais. E sobre o último comentário sobre "te olharem estranho nas lojas e não usarem keigo para te atender", só para complementar, quantas lojas aqui no brasil as atendentes falam outra língua?(isso quando mal falam o português direito). Quem não olha quando tem um gringo falando outra língua?

  89. 留学生 @ 31 Jan, 2008 : 13:23
    Ola, Edson. Desculpe, mas nao entendi a relacao que voce fez com o meu comentario (te olharem estranho nas lojas e não usarem keigo para te atender) e o fato de atendentes nao falarem lingua estrangeira no Brasil. Sem duvida, ha muitos casos que o chamado preconceito nao passa de desentendimento, como voce mesmo falou. Achei interessante tambem o que voce disse a respeito da barreira da lingua, que, na minha opiniao, foi o que aconteceu com o Ewerthon no caso relatado, mas como ele deve ter ficado sentido, chamou de preconceito. Contudo, para mim, o que houve foi uma impossibilidade do funcionario ajuda-lo. Tambem concordo que tem muitos estrangeiros que pisam na bola no Japao, o que faz com que os japoneses fiquem ainda mais desconfiados e ate compreendo o preconceito para com quem voce nao conhece. Porem, o que se verifica no Japao eh a discriminacao cronica, na qual, mesmo com todos no seu meio sabendo quem voce eh, te tratam diferente.

  90. Não sou nikei @ 22 Fev, 2008 : 03:37
    Quanta bobagem escrita por este naturalizado... e quanta bobagem nos comentarios... Um racista não e um problema, mas um grupo sim... não gostaria de ser testemunha de um novo nazismo!

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Perfil

Ewerthon Tobace, jornalista, 31 anos. Um dia, meu avô resolveu enfrentar o desconhecido. Chegou ao Brasil de mala e cuia, sem falar a língua. Agora, faço o caminho inverso e, a cada dia, descubro os fascínios da ‘terra do sol nascente’. Moro no Japão desde 2001 e trabalho na mídia étnica com foco na comunidade brasileira.
 



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