Quem lê habitualmente esta coluna já reparou que eu ando um pouco afastada daqui. É que estou numa daquelas fases da vida em que, puxa, parece que a gente já acorda atrasada. Então, vou tentar fazer um pequeno resumo do que tem acontecido.
CARRO
Pois é, entre julho e agosto, somei mais de 20 dias sem carro. Sofri um acidente (nada aconteceu comigo, graças a Deus) mas o pobrezinho do veículo foi parar na UTI, com hemorragia (externa, mesmo) e um baita rasgo perto do coração. Ele sobreviveu, graças aos mecânicos. Mas, quem já deixou carro em oficina sabe como é: sempre aparece um barulho depois de você retirar o carro. Então, agora estou em função do tal ruído, indo e voltando da oficina. Um batismo de fogo para a minha minúscula paciência.
TRABALHO
Eu e a Érica, minha super ex-estagiária (ela se formou, gente, mandem parabéns!), temos trabalhado loucamente no último mês. Uma porque vou sair de férias. Outra porque tivemos de fazer várias matérias não programadas. Então, está um corre-corre impressionante.
Ficamos três semanas gravando/editando um especial em quatro vídeos sobre álcool, cigarro e drogas. Ficou muito bom. Conseguimos depoimentos de pessoas que superam o vício todos os dias, um dia por vez. E, fiquei fã delas. A garra, a força de vontade, o desejo de viver A VIDA, longe da dependência química e de álcool e tabaco, mostra o quanto a vida é preciosa. Em breve, você assiste a esses vídeos no site de VEJA. O endereço é www.veja.com.br/videos. Estará na seção Saúde, de nosso mídia-center.
Gravamos também os melhores lançamentos da Running Show, que rolou no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera, aqui em São Paulo. Há uma nova marca de tênis, gel para previnir bolhas e assaduras por atrito, muitos tecidos tecnológicos, uma beleza. Assista!
CAMINHADAS
As caminhadas vão de vento em popa. E continuam acontecendo em horários esquisitos. De vez em quando, me arrisco a dar uma corridinha ridícula (30 segundos) porque o tornozelo lesioando não permite nada mais, por enquanto. A novidade nesta área é que descobri meu tipo de pisada! Que eu tinha pé cavo (que é o contrário do pé chato), isso eu já sabia. O que eu descobri é que tenho sub-pronação (ou pé supinado), vulgo "eu piso pra fora".
Chegando em casa, fui ver quais tênis eu tinha e, que idiota!, lembram-se daquele par, novinho, que me deu bolhas quando eu comecei a caminhar? Pois é, o tênis é simplesmente para pisadas pronadas (ou seja, o contrário do meu pé). No wonder meu pé está nessa situação "bolhística". Agora, é tratar de comprar um tênis de acordo.
AULAS
Além das minhas caminhadas "zen", estou fazendo aulas de dança cigana. É uma vez por semana só, mas você sua e aprende o suficiente para os outros seis dias da semana. E, de certa forma, é quase um treinamento para a alma. Dança cigana é diferente, por exemplo, de aprender natação. O que vale, na dança cigana, é o sentimento que você põe na hora de bailar. É claro que existem certos movimentos que se aprende para usar os "aparelhos" (véu, xale, castanholas, punhal, pandeiro, fitas, leque) mas você os combina como quiser. Como o próprio povo cigano, a sua dança é livre (dança-se descalço, inclusive). Outra coisa que conta pontos é o olhar, que deve ser sempre forte, determinado, cigano.
A R., a professora, nos conta histórias dos vários acampamentos e de grandes mulheres-símbolo do povo. E não há uma aula em que a gente não saia emocionada. É impressionante como, passados séculos, nós, mulheres, enfrentamos as mesmas histórias, os mesmos desafios. Desafio para ficar com quem a gente ama; dificuldades para criar os filhos; para defender nossas famílias; para ser livre para escolher; para ser respeitada... até parece que a queima dos sutiãs não valeu de nada.
Anyway, cigano dança para tudo. Para se curar, para desafiar alguém, para demonstrar alegria, amor, sensualidade, comemorar (de tudo) e até brincar. Bailando também se homenageiam as famílias e aqueles que já se foram. Eu acredito muito nisso, em transformar dança e canto em coisas sagradas, com significado. Desta forma, a danca e o canto ganham muito mais sentido. Muito mais emoção. Se vocês derem uma espiada no meu iPod/iTunes, verão que eu tenho um monte de músicas gospel. Sou fã e mesmo não tendo uma daquelas vozes poderosas, canto alto dentro do carro. Acho que não existem expressões mais bonitas e mais alegres do sagrado e da vida, do que canto e dança. Como diz a nova versão do clipe de Tenho, do Sidney Magal, "Eu só acredito nos deuses que dançam. Seja no terreiro, nas nuvens ou na pista". Deuses que não dançam não têm graça.
VIAGEM
E por falar em dança, família, férias e homenagens, nestas férias irei visitar meu irmão que foi morar fora. E, hoje, conversando via Skype, combinamos de assistir a estréia do musical A Noviça Rebelde, lá. Já até compramos os ingressos pela internet. Estou tão feliz! A Noviça Rebelde é um dos meus filmes favoritos. Sei todas as músicas de cor. E... vocês sabiam que a história é austríaca e, por mais hollywoodiano que pareça, baseada em fatos reais (eu li a biografia da Maria VonTrapp)? Pois é... é o meu jeito de homenagear o pedacinho mais "obscuro" da minha ascendência. Viva a Áustria!
Enquanto escrevo aqui, também vou separando as roupitchas para a viagem. Serão 30 dias bem longe do meu guarda-roupa de consultora de imagem. Então, preciso escolher bem.
E vocês? O que têm feito para alimentar a alma? Ou treinar o espírito?
Postado por Raquel Hoshino | 1 comentário
Comentários
mestiso negro @ 13 Set, 2008 : 14:25
oi
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Perfil
Raquel Hoshino é mezzo japa, mezzo italiana. Jornalista, ariana e chefe escoteira, está atrás de seu "gene zen". Aquele pedacinho oriental perdido, suficiente para transformá-la numa pessoa iluminada e calma o suficiente para comer uma tigelinha de arroz, grão por grão, enquanto admira a paisagem de suas jornadas.