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Zen walk »

 
28 Jul, 2008

Time after time

Divulgação/www.parliament.uk

Big Ben, o relógio mais famoso do mundo: se eu morasse em Londres, perderia a hora?

É lugar comum dizer que o tempo passa rápido, que o ano está passando cada vez mais rápido e blá-blá-blá. Bem, nas últimas semanas, o meu tempo anda meio confuso. Ele está como um relógio cuja bateria está acabando. Há horas (hahaha, mil trocadilhos) em que ele pára (por exemplo, no trabalho) e há horas em que ele se adianta e eu sequer tive o gostinho de saborear o dia.

Sim, o tempo é relativo. Quase todo escritor/terapeuta/guru de auto-ajuda/autor de livro de gerenciamento de tempo já comentou algo sobre isso. Que ele passa mais rápido quando estamos nos divertindo e muuuuuuuuuuuito devagar (como uma vaca remoendo pasto) quando fazemos algo que não gostamos. Eu, com minha mania Amélie Poulain de sonhar acordada, sei que, mais do que relativo, o tempo pode ser um buraco negro. E, como todo lugar escuro, é fácil de se perder.

Toda vez que eu sonho acordada (e nesta categoria incluem-se: escrever textos em minha cabeça; relembrar papos de acampamento; pensar em como ajudar minhas amigas; fazer uma lista do que tenho de fazer no dia e cantar no chuveiro ou enquanto me visto), perco um tempão danado e nem me dou por conta (2 minutos na minha cabeça viram 15 na vida real). Quando não faço nada disso e me sobram 30 minutos, uma hora, fico até assustada. O que fazer com o tempo livre?

Semana passada fui ao médico no fim do dia e não precisei voltar para o trabalho. Sobrou tanto tempo que: eu e meu pai fomos passear e fomos ao supermercado; li um capítulo e meio de um livro; tomei lanche com calma e assisti dois episódios de um seriado e meio filme. Sim, eu durmo tarde mas só não fiz mais porque estávamos sem luz no prédio (obrigada, bateria do Macintosh, que dura 3 horas!). E parece que quebrei um paradigma nesse dia: fiz muitas coisas mas, se não tivesse feito nada, se ficasse apenas lendo, estaria bem também. É impressionante o número de pessoas que eu conheço que não conseguem ficar sem fazer nada e, quando ficam, quase surtam. 

Mas, voltando... em compensação, há dias que parecem que inexistem. Inexistem porque você fez, fez, fez, fez, fez mas não viveu. Seja porque você passou 12 horas trabalhando, seja porque você acordou tarde e nem viu o sol direito. E, depois deste blá-blá-blá todo é que eu entro na questão deste site. O que eu descobri é que são justamente esses dias "inexistentes" que são um dos empecilhos para minha vida mais zen. Descobri que meu corpo e minha mente funcionam melhor quando eu tenho um tempinho para respirar, quando eu fico no sol (não necessariamente lagarteando porque eu nunca tive muita paciência para isso) ou quando eu consigo ver o céu, sentir outro ar que não o condicionado -- mesmo que poluído. Afinal, ar-condicionado é meio como cheiro de hospital ou planta artificial. Por melhor que esteja, nunca é agradável.

Li um artigo uma vez que é uma coisa primordial para nossa saúde (em todos os aspectos), que a gente participe dos antigos ciclos (lunar, solar, entender o que acontece em cada estação). Que a gente tenha consciência de que eles existem. Por mais urbana que a gente se sinta (ou seja), o artigo dizia que, com isso, a gente se sente mais conectado com as outras pessoas, com a natureza, com o mundo. E, aí entra um adendo meu, quanto mais conectado, mais em paz. Portanto, mais zen.

Comecei a perceber isso quando fui para a Inglaterra no ano passado. Foram 15 dias acampando e... puxa, eu nunca fiquei tão feliz em ver estrelas. Não ver estrelas em São Paulo (tudo bem que eu nunca consigo achar o Cruzeiro do Sul direito) me deixa infinitamente triste. É uma daquelas tristezas com as quais a gente se acostuma. Se acostuma mas não devia. Fiquei, então, 15 dias vendo estrelas. Vendo estrelas, trabalhando e ficando na fila para tomar banho debaixo de vento e de chuva. E, mesmo assim (em condições adversas de clima e temperatura), senti que vivi.

Eu tenho me sentido muito "isssspérta" desde que comecei a reparar mais na lua, nos tipos de vento, nas mudanças do clima. Quando não reparo, me sinto esquisita. E você, acha tudo isso uma balela ou procura saborear a vida? Prefere ar-condicionado ou janela de casa aberta?

Postado por Raquel Hoshino | 3 comentários

Comentários

  1. Lia @ 28 Jul, 2008 : 23:34
    Saudades desses 15 dias!!! Saudades do nosso hotel de "milhões" de estrelas!!! 1000 beijos

  2. Pat Giu @ 29 Jul, 2008 : 11:15
    Raquel, eu me sinto exatamente como você! Sinto falta dessas coisas todas, como olhar as estrelas e sentir o vento no rosto. Com certeza eu prefiro uma janela de casa aberta. Beijos!

  3. Fabiano @ 7 Ago, 2008 : 12:07
    Janela de casa aberta, sem dúvida!...

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Perfil

Raquel Hoshino é mezzo japa, mezzo italiana. Jornalista, ariana e chefe escoteira, está atrás de seu "gene zen". Aquele pedacinho oriental perdido, suficiente para transformá-la numa pessoa iluminada e calma o suficiente para comer uma tigelinha de arroz, grão por grão, enquanto admira a paisagem de suas jornadas.
 


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