Hello, folks.
Tive a fantástica oportunidade de conhecer pessoas jóias na sexta-feira. Sabe aquela coisa de um amigo chama outro amigo que conhece um terceiro amigo de NY que, por acaso veio passar férias no Brasil? Pois é, foi algo assim, bem seis graus de separação, o que me aconteceu na sexta. Eu fui encontrar a Cris, que é amiga do S. (que conhecia quase todo mundo via e-mail ou orkut), que é amigo do A., que, por sua vez não era amigo de ninguém, mas conversou com todo mundo. Resumindo, saí de lá muito feliz por ter conhecido tantas pessoas.
Éramos, teoricamente, seis brasileiros e quatro americanos (sendo que três vivem em NY). Na prática, parecia a ONU. Além de mim, essa mistura maluca que vocês já conhecem, havia descendente de libaneses, de alemães, de irlandeses, de italianos, de europeus do leste... A., por exemplo, contou que sua família chegou aos EUA por causa de um parente. Ele trabalhou um ano por lá, economizou dinheiro e, no ano seguinte, trouxe os outros oito irmãos (o nono havia morrido). B. contou que seu antepassado irlandês veio com a marinha mercante. Me flagrei pensando que, no fundo, a história dos imigrantes não é assim tão diferente, tendo eles vindo para o Brasil ou ido para os Estados Unidos. Todas as histórias falavam de sacrifícios, de trabalho árduo, de coragem. E foi aí que B. fez três colocações que mexeram comigo.
Ele afirmou que, definitivamente, 100 anos atrás, nenhum dos nossos antepassados se conheciam já que cada um vinha de uma região bem diferente um do outro. Daí, ele perguntou: "Será que nossos antepassados de 100 anos atrás imaginariam que nós estaríamos aqui, todos juntos, seus descendentes, conversando, hoje?". Não, acho que meus bisavós não eram tão criativos assim. Mas, como se não bastasse, ele ainda pergunta o que nossos descendentes, daqui a cem anos, pensariam deste encontro nessa noite fria (em pleno verão) de 2008.
Viajei no tempo. Pensei em alguma Raquelzinha daqui a 100 anos, com todas as raças do mundo no seu sangue, curiosa, fazendo uma pesquisa sobre sua árvore genealógica para a escola (se é que a escola ainda existirá com esse nome). É, eu acho que ela iria querer saber que esta foi uma noite interessante e inesquecível, que eu conheci um bando de gente completamente diferente de mim mas, ao mesmo tempo, com tão iguais. Ela também ficaria feliz de saber que esta história rendeu um post para o blog e que, pela primeira vez, eu pensei nos meus futuros descendentes de uma forma tão carinhosa.
Perguntas: E você, o que pensa do futuro? Será que, no futuro, nossas famílias ficarão investigando para ver como vivemos hoje, o que sentimos, o que pensamos? Você já investigou o passado? Sabe da história de sua família? Sabe o que seu avô, bisavó pensava da vida e o que ele pensa hoje?
(Pausa para pensar)
ESTE BLOG TAMBÉM É CULTURA:
. Seis graus de separação é uma espécie de teoria que diz que toda pessoa no planeta está separada de qualquer outra pessoa no planeta por até seis outras pessoas. Para quem não entendeu o conceito, imagine que vc possa chegar até qualquer site do mundo, a partir de qualquer outro site, dando apenas seis cliques. É mais ou menos isso. Há até uma brincadeira famosa que diz que qualquer pessoa do mundo pode ser ligada ao ator Kevin Bacon (que fundou uma ONG com este nome). Aliás, inventaram até uma versão on-line do jogo. Também há um filme fantástico chamado Seis Graus de Separação, com um ainda não famoso Will Smith, que se passa em NY, e que explica bem a história. E, se vc é mais cyber, leia a matéria da Wired falando sobre projetos digitais de Six Degrees. E até uma sobre o sexchart, a versão, digamos, mais íntima do negócio.