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DNA: mestiça

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30 Jan, 2008

Inúmeras respostas

Auto-retrato

Pessoal,

eu leio todos os comentários deste blog mas, infelizmente, nem sempre consigo responder a todos na mesma hora. Uma por falta de tempo, outra porque vocês sugerem links tão maravilhosos que eu acabo me perdendo pelo ciberespaço . E há ainda aquelas vezes em que eu preciso pensar com calma em uma resposta. Então, resolvi fazer um post respondendo algumas das perguntas e comentários mais intrigantes que vocês postaram neste blog (e que eu não respondi). Espero que encontrem nelas aquilo que procuravam.

BOB
Bob comentou em um dos primeiros posts que se sente meio fora deste mundo. Confesso que me senti muito assim e que ainda me sinto, às vezes. E me pergunto se todos nós já não nos sentimos assim, deslocados no tempo e no espaço, pelo menos uma vez na vida. Bob, digo para você três coisas que me falaram ao longo de minha vida a respeito deste assunto:

1. Se você não encontrou sua turma ainda, talvez esteja procurando no lugar errado.
2. Se você não está feliz com você mesmo, se não se aceita, se você não é seu melhor amigo, não será com outro que você se sentirá melhor.
3. "Não existe uma coisa chamada 'ser humano esquisito'. Algumas pessoas simplesmente precisam de mais entendimento que outras" - Tom Robbins.

Bob também comentou que uma amiga sua se sente discriminada quando a chamam de japonesa. Realmente, eu a entendo. Para mim, discriminada não é exatamente a palavra (e, muitas vezes, eu prefiro que nem reparem que eu sou "japa"). É como que o Américo, amigo e professor de vida, colocou: "Você é mais do que ser japonesa. Você é japonesa, austríaca, italiana, brasileira, paulista... e, quando alguém te chama de 'japa', de 'japonesa', isso te diminui, te reduz a um pedaço de tudo aquilo que você é". Concordo com ele. Ninguém gosta de ser reduzido. Seja a japa, seja a nerd, seja a gordo ou palito. Todos nós, qualquer um de nós, é muito mais.


JULIO ALMEIDA

Julio Almeida não gostou do nome deste blog. Acontece. Mas abro espaço para uma confissão: as outras opções eram bem piores. Essa era a que causava mais impacto e soava melhor (eu tenho uma preocupação muito grande com a sonoridade das coisas, já que trabalho com vídeo). Então, Julio, independente do nome, espero que esteja gostando do conteúdo e possa nos brindar, sempre, com outras aulas de genética.


JAPA HONESTO POBRE, MESTICINHA e INTERNAUTA CUJO NOME ESTÁ EM KANJI

Por favor, não generalizem. É assim que nascem os preconceitos. Há mestiços e mestiços, mestiças e mestiças, japas e "japos". Não podemos tomar a atitude de um indivíduo como padrão para o restante da "raça". Eu, por exemplo, tive um único namorado descendente de japoneses. O restante teve de tudo: descendente de portugueses, italianos, espanhóis, russos... e dentro deste espectro, também de tudo: loiro, moreno, moreno que nasceu loiro, cabelo marrom, cabelo castanho claro com olho azul piscina... (calma, não foram mil namorados. É que eles tbm são misturados) .

Tenho prima japa casada com alemão, amiga supercarioca casada com japonês, amigo brasileiro casado com japa, mestiço com japonesa, japonês com negra... agora, se essas pessoas não repararam o quanto vocês são especiais, ou se eles ficaram colocando a "raça" como obstáculo, pera lá! Que desculpa mais esfarrapada!

Minha sugestão: encontrem outras pessoas que apreciem e valorizem o quanto vocês são especiais! Bola pra frente, galera! Há muitos outros mestiços e japinhas fantásticos que eu conheço que estão loucos para encontrar uma pessoa especial.


MAKOTO
Makoto sugeriu inúmeros desenhos animados do Isao Takahata, do Studio Gibli, e  links para animês, de diferentes estilos, que abordam desde a 2a Guerra Mundial até histórias de ação e romance. Como disse Marco Cataneo, um de meus entrevistados, se você procurar, com certeza irá encontrar um desenho com o qual se identificar.


HELLEN ALMEIDA e ZEROZEROALE
Hellen leu meu post sobre a Momoko e ela sugeriu que eu pesquisasse sobre as Dolfies, bonecas japonesas (tipo Barbie) que são uma verdadeira febre no Japão. Googlei e quase pirei. As bonecas realmente são customizáveis. Eu a-do-ro, Hellen, coisas customizáveis. Amei, amei.

Já ZeroZeroAle sugeriu que eu procurasse pela Lika-Chan, que era uma boneca que a irmã dele tinha. ZeroZero, não encontrei a boneca. Só o animê. É a boneca baseada no desenho? http://en.wikipedia.org/wiki/Super_Doll★Licca-chan


MERLLIM e EMERSON MEDINA

Obrigada pelos elogios e por prestigiar o blog! Continuem acompanhando!


RAFAEL e GORGEOUS

Rafael e Gorgeous estão trocando idéias sobre como realizar o sonho do Rafael de ir morar no Japão. Tenho acompanhado vocês e, puxa, Gorgeous, obrigada por ajudar o Rafa. Se alguém mais tiver dicas, mandem para ele!

Rafa, agora com o centenário, você irá descobrir muito mais coisas sobre o Japão. Não sei o que você estuda mas há muitas bolsas de estudo dadas pelo governo japonês (e nem sempre é necessário saber a língua). Há também viagens de trabalho durante as férias escolares (meu primo, que não fala nada de japonês foi e trabalhou durante três meses). Ou seja, há várias possibilidades. Te desejo sorte!


KARINA ALMEIDA
Karina, fofa, sempre escreve aqui. Um dos comentários que mais gostei foi o da Bíblia em forma de mangá. Alguém aí sabia da Bíblia em mangá? Ai, ai, ai... estou vendo que preciso voltar para o japonês.

UFA...
Aproveito e também deixo meu muito obrigada aos amigos que visitaram e visitam este blog. Um arigatô especial para a Mari, que me deu a maior força! E para a Gaby, que super comprou a idéia!


Uma ótima semana chuvosa para os paulitos (paulistas),
e para os leitores do restante do mundo, paz!

Um grande beijo,

Raquel.

Postado por Raquel Hoshino | 5 comentários

Comentários

  1. Ewerthon @ 30 Jan, 2008 : 02:06
    Ola Raquel, tenho acompanhado seu blog também... gostei dessa sua idéia de responder os comentários num post! Assim como vc não tenho muito tempo para responder aos leitores... Ah! dia desses fui a Ikebukuro e fiquei horas num prédio só de coisas de animê... pensei em você na hora. hehhehehehe... Ah, e tem um cartunista (Leonardo Santana) que está fazendo uma história em quadrinhos especial para o Centenário ai em Sampa (revista Front)... ele me escreveu para ajudar na tradução do texto para o japonês. Achei a história legal... será que já saiu algo sobre o trabalho dele??

  2. zerozeroale @ 30 Jan, 2008 : 23:32
    Acho que a licca-chan só era popular lá em casa... de qualquer forma esse é o site dela: http://licca.takaratomy.co.jp/ . Parece que é para uma faixa etária menor que as outras. 00...

  3. matheus @ 31 Jan, 2008 : 15:57
    ó meu nome éh matheus i eu quero pergunta ond tem uma pagina nesse site falando sobre algumas coisas dos 100 anos de imigraçao do Japao ao Brasil??? pode ser?

  4. Raquel Hoshino @ 10 Mar, 2008 : 01:24
    Matheus, este site mesmo é uma excelente fonte de reportagens publicadas sobre a história da imigração japonesa contada por aqueles que a viveram. Outras histórias você encontra também no site de VEJA. Abraços!

  5. Décio @ 16 Jul, 2010 : 22:31
    Raquel, Estava na net procurando algo sobre mestiças e achei o blog. Confesso que meu ponto de vista é diferente. Sei que ter um rótulo é chato, mas pra mim mestiça é motivo de orgulho. Sou descendente de italiano com olhos verdes e acredito que meu olho é da descendência. No caso das japonesas, fico fascinado porque as orientais é tipo corpo de mulher, mas com rosto de menina. Acho que a diferença deve ser valorizada e não vista como preconceito.

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Perfil

Raquel Hoshino é mezzo japa, mezzo italiana. Jornalista, ariana e chefe escoteira, está atrás de seu "gene zen". Aquele pedacinho oriental perdido, suficiente para transformá-la numa pessoa iluminada e calma o suficiente para comer uma tigelinha de arroz, grão por grão, enquanto admira a paisagem de suas jornadas.
 


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