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Japao100.com.br, 1/02/2008

No Carnaval do centenário, vale até puxar o olho

LUIZ FUKUSHIRO

No Rio, em  São Paulo, Rio, Florianópolis e Manaus, os 100 anos da chegada do Kasato Maru são parte da folia

Em ano de comemoração do centenário da imigração japonesa, não poderiam faltar homenagens na festa mais brasileira de todas, o Carnaval. A partir de sexta-feira, 1º de fevererio, duas escolas em São Paulo, uma no Rio de Janeiro, uma em Florianópolis e uma em Manaus farão desfiles com temas relacionados às comemorações dos 100 anos da chegada do Kasato Maru ao porto de Santos.

Divulgaçãovila maria Fantasias da Unidos de Vila Maria inspiradas na cultura e história dos imigrantes

No grupo especial paulistano, a homenagem ao centenário fica por conta da Unidos de Vila Maria, curiosamente sediada em um bairro chamado Jardim Japão. "Embora tenha esse nome, não há muitos descendentes no bairro", conta Wagner Santos, carnavalesco da escola, cujo enredo será "Irashai-mase, milênios de cultura e sabedoria no centenário da imigração japonesa". "A idéia surgiu desde que o presidente soube das comemorações, cinco anos atrás. Fomos até o comitê de organização do centenário e temos o selo official (do centenário)", completa.

Diversos elementos da cultura japonesa trazidos pelos imigrantes serão retratados nas 27 alas e 5 carros alegóricos no desfile de sexta-feira, 1º, no Sambódromo (a escola desfila à 1h). O Hana Matsuri (Festival das Flores, que celebra o aniversário de buda), o festival das estrelas Tanabata, as gueixas, o shodô (caligrafia) e o mangá representarão os traços trazidos pelos imigrantes. À frente da bateria, Yuka-chan, que já foi dançarina na Bahia, desfila como destaque. Também participa do desfile o grupo Wadaiko Sho, de taiko (tambor japonês). Já que o grupo não poderá tocar, uma vez que é proibido outros instrumentos na avenida além dos permitidos pela liga, o Wadaiko Sho apresentará uma coreografia.

"Os nikkeis gostam muito de Carnaval. É um povo alegre que gosta de festa. Hoje em dia eles estão presentes em escolas de samba. Muitos japoneses participam (da folia), e não é só neste Carnaval", complementa o carnavalesco. Além disso, não é a primeira vez que os japoneses são tema de enredo de escola de samba. Em 1998, a Vai-Vai, com o enredo "Banzai! Vai-Vai!", conquistou o título de campeã do Carnaval de São Paulo.

Divulgaçãoprova de fogoCroqui de uma das alegorias da Prova de Fogo traz elementos da cultura de Okinawa

Já no grupo de acesso paulistano, a escola Prova de Fogo, do bairro de Pirituba, irá homenagear os imigrantes da Província de Okinawa, que tiveram presença forte desde o início da chegada dos japoneses ao Brasil – 345 dos 781 imigrantes do Kasato Maru eram uchinanchu (okinawano, no dialeto da Província). Com o enredo "Cem anos de imigração japonesa, Prova de Fogo é Okinawa neste Carnaval", o desfile, que será apresentado no domingo, dia 3, às 22h, mostrará elementos da cultura e da história das ilhas de Okinawa, localizadas ao sul do Japão.

O carro abre-alas e a comissão de frente representarão o castelo de Shuri, sede do reino de Ryukyu, que governou Okinawa entre os séculos 15 e 19. Pelas alas, mais da cultura local, como a deusa Miruku – que representa a fertilidade –, a cerâmica, a tecelagem e a gastronomia. O destaque em frente à bateria vem do outro lado do mundo: a japonesa Aki Kato, que, como define o presidente da escola, Celso de Lima, está "de igual para igual" às brasileiras quando o quesito é samba no pé. Além disso, espera-se que 500 descendentes de japoneses desfilem pela escola.

Com fantasias, adereços e alegorias idealizadas pelo carnavalesco Elizandro Alves, o Chuchu, a partir da consultoria de Shinji Yonamine, presidente do Centro Cultural Okinawa do Brasil, a escola acredita que o enredo pode levá-los ao grupo especial do Carnaval paulistano (conheça mais a história de Shinji Yonamine . "Estamos muito confiantes, vai ter a participação em massa dos descendentes. Vamos todos nos fantasiar de japonês. Mas, antes de tudo, é uma homenagem e também uma forma de fortalecer os laços entre os brasileiros e os uchinanchus", diz Lima.

Divulgaçãocamarote brahmaAcesso ao camarote Bar Brahma: temas japoneses

Durante a folia paulistana, o Camarote Bar Brahma terá temática oriental e especialidades da gastronomia nipônica. Os 3 mil m² do camarote serão decorados com temas japoneses, como uma kazariningyo – tradicional boneca japonesa – de 1,70m de altura, lanternas japonesas, leques gigantes, árvores decorativas e tsurus (grous) de papel.

Cirurgia nos olhos

Já na Porto da Pedra, do Carnaval carioca, que desfila no dia 3, a rainha da bateria da escola pode não ser nikkei (descendente de japoneses), no entanto também está se esforçando para se parecer ao máximo com os japoneses: a empresária Ângela Bismarchi – que representará Madame Butterfly, personagem da ópera de Puccini – aparecerá na Marquês de Sapucaí com os olhos puxados, por meio de uma cirurgia, que será desfeita após o Carnaval.

Com o tema "Tem pagode no Maru – 100 anos de imigração japonesa no Brasil", a escola de São Gonçalo traz, em suas fantasias, a representação da saga dos imigrantes desde a chegada do Kasato Maru até o reconhecimento de grandes nomes da arte e do esporte. A escola desfilará no domingo, a partir das 22h05.

Florianópolis e Manaus

Fora do circuito Rio-São Paulo do Carnaval de avenida, o centenário da imigração também é tema de escolas de Florianópolis e de Manaus. Na capital amazonense, a homenagem fica por conta da escola Sem Compromisso, com o tema "100 anos da imigração, uma épopéia japonesa nas terras do Brasil". O primeiro setor do desfile, no sábado, dia 2, representará o Japão imperial, enquanto o segundo contará um pouco da imigração japonesa no Estado. Eles esperam reunir pelo menos 200 nikkeis na avenida.

Em Florianópolis, o "Matsuri em Sankateríni" surgirá no sábado, dia 2, sob o estandarte da Copa Lord, que contará a história da relação entre Brasil e Japão antes mesmo da chegada do Kasato Maru - em especial, a aventura de quatro náufragos japoneses que chegaram a Santa Catarina em 1803.

Em 1793, dez sobreviventes do barco a vela japonês Wakamiya Maru, que se perdeu durante uma tempestade, chegaram à Sibéria, onde viveram oito anos. Mais tarde, foram enviados a São Petersburgo, então capital do Império Russo.

Quatro deles se tornaram intérpretes de uma expedição comercial-militar russa de circunavegação do globo, já que um dos objetivos da viagem era estabelecer relações com o Japão. As duas embarcações que partiram em 1803 seguiram pelo Oceano Atlântico rumo ao sul e, devido a uma tempestade, foram parar na ilha de Santa Catarina. A tripulação ficou na região durante 70 dias, tempo em que os japoneses registraram o que viram em solo brasileiro. Eles retomaram a expedição e conseguiram voltar ao Japão em 1805.

 
 

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