Reportagens › Museu Edo-Tokyo
Aventuras na História, 1/01/2008PAULO CUNHA
Prédio colossal conta a história da cidade
Museu tem o dobro do tamanho do maior estádio de Tóquio
Até 1993, os moradores de Tóquio não tinham um museu para contar as origens da cidade. Para atender aos apelos da população, em março daquele ano, após uma década de construção e 550 milhões de dólares em investimento, foi inaugurado o museu Edo-Tokyo, talvez o mais interessante para estrangeiros de passagem pelo Japão. Com 62 metros de altura (o equivalente ao Castelo de Edo, um dos mais imponentes do país) e de arquitetura arrojada, com quatro enormes pilares sustentando os andares, o prédio é uma das maiores construções da cidade, mais de duas vezes maior que o Tokyo Dome, o principal estádio da capital. Aliás, o museu volta a um passado em que Tóquio ainda nem era a capital do Japão e se chamava Edo.
Logo na entrada, o visitante dá de cara com uma réplica em tamanho natural da ponte Nihonbashi, marco zero da metrópole, que divide o museu em duas grandes alas, Edo e Tokyo. Ao longo do passeio, uma espécie de cidade cenográfi ca transporta o público à Tóquio antiga, com suas pontes e teatros, como o kabuki Nakamura-za. Essa réplica é uma das que mais chamam atenção e representa o período em que a cidade vivia seu auge cultural e artístico, no período Edo (1603-1868). Além do teatro, a sede de um jornal do início do século 20, maquetes dos primórdios de Tóquio e cópias de monumentos destruídos na Segunda Guerra mostram a evolução da arquitetura da capital japonesa.
SAIBA MAIS www.edo-tokyo-museum.or.jp
André Kitagawa | |
1 ARTE PARA TODOS O teatro kabuki, de Kyoto, foi adaptado às leis de Edo no século 18 – apenas homens adultos podiam atuar. Edo ganhou um teatro fechado para que ele não parasse em dias de chuva. O preço dos assentos variava conforme a localização, mas não distinguia as classes sociais. |
2 OCIDENTALIZAÇÃO No fim do século 19, Edo foi praticamente reerguida para ser a nova capital – surgiram as primeiras ferrovias e construções de moldes ocidentais. Não demorou para a indústria chegar e, com ela, os movimentos sindicais. |
3 TRANSPORTE PÚBLICO Com o avanço industrial, a população de Tóquio chegou a 3 milhões em 1920. Só nos subúrbios ela cresceu 150% nos cinco anos seguintes. Para facilitar o transporte, uma extensa malha ferroviária foi construída e interligada a bondes, ônibus e táxis |
4 MONTANHA MÁGICA Excursões às montanhas eram sagradas para o povo de Edo, que seguia o xintoísmo. Com quimonos e aparatos como estes, os fiéis faziam subidas regulares ao monte Fuji. Mas, como não havia trilhas nem guias para subir a montanha, pequenas réplicas dela foram construídas ao redor de Edo, para facilitar a peregrinação. |
5 SARAMPO CÍCLICO No fim do período Edo, surtos de sarampo varriam a cidade a cada dez anos em média. Durante a epidemia de 1862, publicações informavam sobre a cura e a prevenção da doença. O cartaz sugere que tomar banho, comer peixes de água doce ou tomar saquê era perigoso. Já comer cenoura, abanete ou pêra ajudava a combater a moléstia. |
6 ARES MEDIEVAIS Na virada do século 20, auge do “iluminismo japonês”, a vida nos subúrbios de Tóquio mantinha um clima medieval. Artesãos, vendedores ambulantes, samurais falidos e motoristas de riquixás como este dividiam os bairros pobres com a multidão de camponeses recém chegados em busca de trabalho |
7 VIAGEM DE BARCO Roupas, bonecas, armas e móveis eram produzidos em Kyoto e Osaka e vendidos em Edo. Os mercantes chegavam em barcos a vela e faziam negócio em lojas especializadas. Cada uma tinha seu próprio código de conduta, seguido à risca pelos aprendizes que trabalhavam no local |
8 A VOZ DO IMPERADOR Com a derrota na Segunda Guerra, em 15 de agosto de 1945 o imperador Hiroíto falou à população. Pela primeira vez, a voz de um monarca foi transmitida para todo o país. O Japão ouviu de seu soberano uma humilhante rendição incondicional aos Aliados. |
9 BELEZA NACIONAL A moda era muito representada nas gravuras ukiyo-e, que não raro estampavam belas mulheres. Elas também mostravam pentes, presilhas, carteiras, caixas de maquiagem e talheres, que revelam o grande desenvolvimento na pintura sobre tecido do período Edo. Apesar de proibidas, as gravuras eram muito populares. |
10 GRANDE DEPRESSÃO A guerra afetou profundamente a economia. Atrás de comida e utensílios domésticos, famílias iam aos mercados negros, onde se esquentavam com cozido de miúdos e afogavam as mágoas em cerveja. Revistas cheias de sexo e escândalos eram a fuga do difícil cotidiano. |
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil