Reportagens › Made in Brazil
Superinteressante, 1/06/2008
Texto: Karin Hueck
Design: Jorge Oliveira
O Japão é aqui. Desde que o primeiro navio com imigrantes aportou em Santos há 100 anos, quase 1,5 milhão de japoneses e descendentes chamam o Brasil de lar. Veja as cenas, os hábitos e as pessoas do Japão que é feito no Brasil.
Tradição
Nestes nichos de madeira estão as cinzas de famílias inteiras. O templo Kinkaku-ji, em Itapecerica da Serra (SP), tem inspiração budista, mas recebe pessoas de todas as religiões. É o caso de Darcy Chiromi Yai, católica e filha de japoneses, que veio acender um incenso em memória de seus sogros.
Atletas Nikkeis
Beisebol
Dos 25 mil praticantes de beisebol no Brasil, dois terços são descendentes. O Centro de Treinamento da Yakult, em
Ibiúna, onde Welington Honda pratica, prepara jogadores para uma carreira no exterior.
Sumô
Em São Paulo, os treinos são em todos os fins de semana. Cerca de 600 atletas lutam
sumô de forma amadora, como o estudante Leandro Monma, de 22 anos.
Gateball
Todos os dias, às 7 da manhã, idosos se reúnem no Ibirapuera para praticar
gateball, uma espécie de críquete muito popular no Japão. A média de idade desses atletas é 70 anos.
Livros e comidas
As lojinhas de comida importada no bairro da Liberdade, em São Paulo, estão sempre cheias.
Já as livrarias estão cada vez mais vazias. Seja pelo preço elevado dos livros– entre R$ 30 e R$ 200, o dobro do que custam
no Japão –, seja porque é cada vez mais raro encontrar leitores de kanji, um dos alfabetos japoneses.
O velho X o novo
Liberdade
Até a década de 1980, a produção pop japonesa era consumida quase só por membros da colônia. Aos poucos, mangás, filmes e animações
passaram a chamar a atenção dos não-orientais. O bairro da Liberdade, com pouco mais de 60 mil habitantes, abriga a maioria dos redutos
nipônicos de São Paulo: são dezenas de bares, restaurantes, oficinas de mangá e até boates de origem e público japoneses.
Kyoto na Mata Atlântica
Esta cópia do templo do Pavilhão Dourado de Kyoto fica em Itapecerica da Serra. O palácio japonês, que é zen-budista, foi construído em 1398.
A versão brasileira é quase 600 anos mais nova e não está ligada a uma religião específica. No nosso Kinkaku-ji dá até para organizar piqueniques e churrascos!
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Os japoneses chegaram aqui há um século. Desde junho de 1908, muita coisa aconteceu. Ajude a resgatar essa memória.
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Este projeto tem a parceria da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil