João Caldas

A cena do espetáculo "Tabi", de Emilie Sugai, que representa um momento da infância da personagem envolvida pela cultura japonesa

Bailarinas inauguram a programação do Tokyogaqui de abril

Três bailarinas abrem o segundo mês do Tokyogaqui, evento que pretende mostrar diferentes imagens de Tóquio no Sesc Avenida Paulista durante 8 semanas: a suíça Heidi Durning, que apresenta dois números de dança entre os dias 2 e 4; a Cia Vazia, de Elisa Ohtake, que estréia seu “Falso Espetáculo” no topo do prédio no dia 5, e Emilie Sugai, que traz o butô da peça “Tabi” nos dias 5 e 6. Tokyogaqui é um evento que ocupa 3 andares do Sesc com diferentes elementos da cultura moderna e do butô japonês.

Heidi Durning é filha de pai suíço e mãe japonesa e trabalha como bailarina e coreógrafa em Kyoto, Japão. Para a peça “Fujimusume (Wisteria Maiden) – Tradicional Kabuki Dance”, nos dias 2 e 4, ela aposta em um texto original de 1826 que retrata as emoções amorosas de uma mulher do período Edo (1603-1867). No dia 3, em “Ruby”, Heidi homenageia sua mãe, uma dançarina de flamenco que morreu no terremoto do Kobe, em 1995.

Já em “Tabi”, Emilie Sugai parte dos movimentos dos pés para questionar o corpo japonês e o brasileiro. Para isso, usa os ensinamentos e a experiência de convivência com Takao Kusuno, artista japonês considerado o precursor do butô no Brasil, e conta com uma convidada em cada uma das duas apresentações: Dorothy Lenner, no dia 5 e Marilda Alface no dia 6.

Fechando a primeira semana e inaugurando o Espaço Topo – como o nome diz, o espaço do topo do prédio do Sesc – a Cia Vazia de Elisa Ohtake estréia seu “Falso Espetáculo”, uma dança-teatro ao ar livre. Acompanhada pelos atores Emerson Meneses e Ricardo Oliveira, Elisa procura desconstruir estereótipos artísticos e fazer coisas que não sabe, como dançar. Em uma participação em vídeo, Sheila Mello, a ex-dançarina do grupo É o Tchan, finge que não sabe dançar axé. O espetáculo fica em cartaz até dia 27 de abril.